Westworld está se encaminhando para a finalização da segunda temporada. Com as exibições dos episódios ‘Les Écorchés’ e ‘Kiksuya’, restam apenas mais dois para que esta etapa chegue ao fim. No típico “arrumando a casa para o gran finale”, a série começa a desvelar situações apresentadas desde a season finale da temporada anterior.
Durante o sétimo capítulo, algumas coisas já foram mostradas e estabelecidas: mais de um Bernard (Jeffrey Wright) foi criado, o que ainda gera o questionamento sobre quantos do mesmo existem posicionados no parque. Um outro ponto importantíssimo é a revelação de que a cena que o espectador viu no primeiro episódio desta segunda parte, que foi complementada no sexto, era, na verdade, o treinamento de Lowe feito por Dolores (Evan Rachel Wood). Ou seja, de fato aqueles momentos retratam um período passado.
É interessante como a narrativa, ao trazer Ford (Anthony Hopkins) novamente (por sinal, uma grande surpresa já que nada foi vazado sobre a presença do ator na produção), demonstra a coerência que liga o universo de Westworld. O criador do parque, então, conta que usou a camponesa para aperfeiçoá-lo (Bernard), pois ninguém conhecia Arnold melhor do que ela. Além disso, ele dá a luz em torno das reais intenções da Delos para com o local. Robert agora é uma espécie de inteligência artificial, regendo o parque internamente e retomando o controle se necessário, como demonstra com o personagem de Wright.
Dolores, mais uma vez, demonstra a força e perspicácia que possui – e devo admitir, como telespectadora, que finalmente enxerguei o quão desperta ela se encontra. A androide sabe exatamente a situação de Westworld e as reais intenções da empresa que o dirige, como demonstra na conversa com Charlotte Hale (Tessa Thompson). E já mesclando com o oitavo episódio, Akecheta (Zahn McClarnon) a chama de “ceifadora”, o que leva à pergunta sobre se as decisões da jovem são extremistas demais e conflitarão daqui para frente com as ideias e propostas de outros despertos, como o próprio membro da Ghost Nation? Estaria ela equivocada? Ou estaria ele seguro demais sobre onde quer chegar?
Com a história do personagem de McClarnon, que, por sinal, foi um dos grandes feitos desta segunda temporada, constituindo um dos melhores episódios depois do ‘Akane no Mai’ revelada, o público teve a oportunidade de conhecer o, aparentemente, primeiro androide desperto de Westworld. Além da revelação de que a PORTA não é só uma metáfora, mas também uma espécie de passagem para o outro mundo. Seria esta, então, a realidade dos humanos ou mais um obstáculo no meio do caminho?
Maeve (Thandie Newton) é, em minha visão, a personagem mais forte dentro de Westworld. As complexidades e riquezas de criação de todos os personagens são incríveis, porém, nela existe uma construção de trama espetacular. Com acesso aos outros androides e capacidade de manipular as narrativas, a ex-meretriz exibe uma cena de caráter “explosão de mentes” no final do oitavo episódio. É gratificante acompanhar o crescimento da mesma. Fica a torcida para que ela consiga sair dali, nem que para isso precise da ajuda de Hector (Rodrigo Santoro), o que seria um clichê básico, mas que se for necessário estarei aceitando. É preciso comentar sobre Lee Sizemore (Simon Quarterman) que parece ter se apaixonado por ela (Maeve) ou adquirido uma espécie de relação que está além da posição de humano vs. androide.
E para finalizar é preciso mencionar a filha do Homem de Preto (Ed Harris) aparecendo para “resgata-lo” da tribo Ghost Nation e dizendo que o intuito que possui é de também fazê-lo sofrer. Agora pergunto-lhes: qual sofrimento pior ela poderia causar ao pai? Torcendo para que tenhamos mais revelações ao longo dos dois episódios finais.