terça-feira , 4 fevereiro , 2025

Entrevista Exclusiva | ‘Em Emília Pérez, me reconectei com partes de mim que havia deixado para trás’, revela Zoë Saldaña

Zoë Saldaña é um nome familiar no cinema, com papéis marcantes em franquias como Avatar (2009, 2022) e Guardiões da Galáxia (2014, 2017, 2023). Em 2025, no entanto, ela se encontra em um território novo: uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz por sua performance no filme Emília Pérez, com estreia marcada nos cinemas brasileiros dia 6 de fevereiro. A produção franco-mexicana não só trouxe desafios artísticos únicos para a atriz, como também alcançou o feito de liderar as indicações ao Oscar deste ano com 13 nomeações. 

Antes das polêmicas em torno do filme, envolvendo críticas sobre representatividade mexicana e das mais recentes sobre sua colega de cena Karla Sofía Gascón, além da concorrência com a produção Ainda Estou Aqui, Zoë Saldaña concedeu uma entrevista exclusiva ao CinePOP (veja no YouTube), no final do ano passado, destacando os aspectos emocionais e técnicos que moldaram sua atuação no filme.

O Desafio de Filmar em Espanhol

Zoë Saldaña e Leticia Alassë em entrevista exclusiva para o CinePOP.

Qual a diferença entre atuar em um blockbuster hollywoodiano e uma produção estrangeira como Emilia Perez? Para Zoë Saldaña, as principais diferenças são o caráter pessoal e a cultural do projeto. “Definitivamente me desafiou”, disse a atriz, mencionando que o filme a reconectou com elementos importantes de sua vida, como dança, música e a possibilidade de atuar em sua língua materna, o espanhol. “O privilégio de poder falar minha língua nativa em um filme foi extraordinário“, afirmou.

Com pais metade dominicanos e porto-riquenhos, Zoë e suas duas irmãs foram criadas bilíngues em inglês e espanhol; esta última era a primeira língua em casa. Embora nascida nos Estados Unidos, a atriz viveu na República Dominicana durante a infância, onde estudou balé. O papel de Rita, uma advogada com uma trajetória complexa, exigiu de Zoe uma entrega emocional intensa e uma volta ao passado, especialmente nas cenas musicais.

A força de El Mal

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Cena da canção El Mal, concorrente ao Oscar de Melhor Canção Original (Foto: reprodução)

Uma das cenas mais comentadas do filme é a performance de Zoë Saldaña na música El Mal, que se tornou não apenas um destaque artístico, mas também rendeu à atriz o Globo de Ouro e a nomeação ao Oscar. Sobre o impacto da música, Saldanha refletiu: “El Mal representou para minha personagem, Rita, uma oportunidade de liberar sua raiva e suas repressões. Foi um momento de liberdade que eu só posso sonhar em ter no meu dia a dia”.

Indicada ao Oscar de Melhor Canção Original, a canção El Mal foi composta pelos franceses Camille e Clément Ducol, com colaboração do cineasta Jacques Audiard. A coreografia de uma das cenas mais impactantes do filme foi criada por Damien Dalleo. A atriz de 46 anos, no entanto, tem outra música preferida: El Alegato. 

A canção, que serve como o argumento final de sua personagem no tribunal, tem uma carga simbólica importante para a intérprete: “a primeira música que Rita canta no filme, quando você vê o filme começar (…) é particularmente forte para mim porque fala tanto sobre estruturas que existem na América Latina e que eu reconheço profundamente.”, confessa Zoë. 

Cena da canção El Alegato (Foto: reprodução)

O reconhecimento em Cannes e Impacto Global

Apresentado em maio de 2024 no Festival de Cannes, Emilia Perez recebeu o Prêmio do Júri, presidido por Greta Gerwig, e a Palma de Melhor Atriz para todo o elenco feminino: Zoë Saldaña, Selena Gomez, Karla Sofia Gascon e Adriana Paz. Antes das controvérsias sobre o filme começarem a ganhar espaço na mídia, a atriz estava otimista sobre a recepção do filme, um sucesso nos festivais: 

“Até agora, o retorno que estamos recebendo é predominantemente positivo. Isso me faz sentir conectada a seres humanos que eu nunca vou conhecer“, disse, reforçando o poder da arte em unir pessoas de diferentes culturas.

emilia perez3

Apesar dos méritos artísticos e das diversas indicações ao Oscar, Emilia Perez enfrenta críticas sobre a falta de representatividade mexicana em seu elenco principal e de não dar a devida importância para as mortes causadas pelo narcotráfico. Na última semana, tweets antigos com mensagens preconceituosas de Karla Sofia Gascón, protagonista do título, vieram a público e tornaram a campanha da Netflix pelo Oscar ainda mais difícil. 

A entrevista com Zoë Saldaña, gravada antes dessas polêmicas ganharem força, não aborda diretamente essas questões, mas deixa claro o comprometimento da atriz com a autenticidade e a profundidade emocional do projeto. Independentemente do resultado na noite do Oscar, o impacto de sua atuação como Rita já está consolidado como uma das mais marcantes de sua carreira.

Veja a entrevista completa no YouTube:

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Será ALUCINANTE! Patricia Arquette e Tramell Tillman falam sobre a 2ª temporada de Ruptura

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Letícia Alassë
Crítica de Cinema desde 2012, jornalista e pesquisadora sobre comunicação, cultura e psicanálise. Mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade Paris VIII, na França e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Nascida no Rio de Janeiro e apaixonada por explorar o mundo tanto geograficamente quanto diante da tela.

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Antes das polêmicas em torno do filme, envolvendo críticas sobre representatividade mexicana e das mais recentes sobre sua colega de cena Karla Sofía Gascón, além da concorrência com a produção Ainda Estou Aqui, Zoë Saldaña concedeu uma entrevista exclusiva ao CinePOP (veja no YouTube), no final do ano passado, destacando os aspectos emocionais e técnicos que moldaram sua atuação no filme.

O Desafio de Filmar em Espanhol

Zoë Saldaña e Leticia Alassë em entrevista exclusiva para o CinePOP.

Qual a diferença entre atuar em um blockbuster hollywoodiano e uma produção estrangeira como Emilia Perez? Para Zoë Saldaña, as principais diferenças são o caráter pessoal e a cultural do projeto. “Definitivamente me desafiou”, disse a atriz, mencionando que o filme a reconectou com elementos importantes de sua vida, como dança, música e a possibilidade de atuar em sua língua materna, o espanhol. “O privilégio de poder falar minha língua nativa em um filme foi extraordinário“, afirmou.

Com pais metade dominicanos e porto-riquenhos, Zoë e suas duas irmãs foram criadas bilíngues em inglês e espanhol; esta última era a primeira língua em casa. Embora nascida nos Estados Unidos, a atriz viveu na República Dominicana durante a infância, onde estudou balé. O papel de Rita, uma advogada com uma trajetória complexa, exigiu de Zoe uma entrega emocional intensa e uma volta ao passado, especialmente nas cenas musicais.

A força de El Mal

emilia perez4
Cena da canção El Mal, concorrente ao Oscar de Melhor Canção Original (Foto: reprodução)

Uma das cenas mais comentadas do filme é a performance de Zoë Saldaña na música El Mal, que se tornou não apenas um destaque artístico, mas também rendeu à atriz o Globo de Ouro e a nomeação ao Oscar. Sobre o impacto da música, Saldanha refletiu: “El Mal representou para minha personagem, Rita, uma oportunidade de liberar sua raiva e suas repressões. Foi um momento de liberdade que eu só posso sonhar em ter no meu dia a dia”.

Indicada ao Oscar de Melhor Canção Original, a canção El Mal foi composta pelos franceses Camille e Clément Ducol, com colaboração do cineasta Jacques Audiard. A coreografia de uma das cenas mais impactantes do filme foi criada por Damien Dalleo. A atriz de 46 anos, no entanto, tem outra música preferida: El Alegato. 

A canção, que serve como o argumento final de sua personagem no tribunal, tem uma carga simbólica importante para a intérprete: “a primeira música que Rita canta no filme, quando você vê o filme começar (…) é particularmente forte para mim porque fala tanto sobre estruturas que existem na América Latina e que eu reconheço profundamente.”, confessa Zoë. 

Cena da canção El Alegato (Foto: reprodução)

O reconhecimento em Cannes e Impacto Global

Apresentado em maio de 2024 no Festival de Cannes, Emilia Perez recebeu o Prêmio do Júri, presidido por Greta Gerwig, e a Palma de Melhor Atriz para todo o elenco feminino: Zoë Saldaña, Selena Gomez, Karla Sofia Gascon e Adriana Paz. Antes das controvérsias sobre o filme começarem a ganhar espaço na mídia, a atriz estava otimista sobre a recepção do filme, um sucesso nos festivais: 

“Até agora, o retorno que estamos recebendo é predominantemente positivo. Isso me faz sentir conectada a seres humanos que eu nunca vou conhecer“, disse, reforçando o poder da arte em unir pessoas de diferentes culturas.

emilia perez3

Apesar dos méritos artísticos e das diversas indicações ao Oscar, Emilia Perez enfrenta críticas sobre a falta de representatividade mexicana em seu elenco principal e de não dar a devida importância para as mortes causadas pelo narcotráfico. Na última semana, tweets antigos com mensagens preconceituosas de Karla Sofia Gascón, protagonista do título, vieram a público e tornaram a campanha da Netflix pelo Oscar ainda mais difícil. 

A entrevista com Zoë Saldaña, gravada antes dessas polêmicas ganharem força, não aborda diretamente essas questões, mas deixa claro o comprometimento da atriz com a autenticidade e a profundidade emocional do projeto. Independentemente do resultado na noite do Oscar, o impacto de sua atuação como Rita já está consolidado como uma das mais marcantes de sua carreira.

Veja a entrevista completa no YouTube:

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Letícia Alassë
Crítica de Cinema desde 2012, jornalista e pesquisadora sobre comunicação, cultura e psicanálise. Mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade Paris VIII, na França e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Nascida no Rio de Janeiro e apaixonada por explorar o mundo tanto geograficamente quanto diante da tela.

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