Em entrevista ao Deadline, o diretor Brady Corbet (‘Mistérios da Carne’) esclareceu o polêmico uso de Inteligência Artificial no aclamado filme ‘O Brutalmente‘, que rendeu reações negativas e grande controvérsia on-line.
Anteriormente, o editor Dávid Jancsó havia revelado o uso de IA para naturalizar a pronúncia dos diálogos em húngaro para garantir uma precisão histórica e cultural significativa à narrativa.
“Judy Becker e sua equipe não usaram Inteligência Artificial para criar ou renderizar nenhum dos prédios. Todas as imagens foram pintadas a mão por artistas. Para esclarecer, no vídeo memorial apresentado no fundo de uma cena, nossa equipe criou imagens que intencionalmente pareciam renderizações ruins dos anos 80.”
Ele completa, “‘O Brutalista’ é um filme sobre a complexidade humana, e todos os aspectos de sua criação foram gerados por esforço humano, criatividade e colaboração. Nós estamos incrivelmente orgulhosos da nossa equipe e do que ela alcançou.”
Apesar de ‘O Brutalista‘ ser cotado como um dos filmes favoritos da próxima edição do Oscar, os internautas comentaram que a utilização da IA reduz o teor artístico de qualquer produção audiovisual, visto que não parte de uma criação humana, e sim algo artificial e sem vida. Além disso, notaram que ‘Emilia Pérez‘, outro favorito da temporada de premiação, também se dispôs de softwares similares para o polimento de algumas cenas.
Faltando 4 dias para sair os indicados ao Oscars 2025, é confirmado o uso de IA em O Brutalista em cenários do filme e auxílio no sotaque dos protagonistas. A ver o quão isso deve afetar a votação final e a força do filme na temporada, pra mim, já era. https://t.co/5jzuLJ1xCk
— leo into the awards season (@amabiroulsfan) January 20, 2025
Bora ver como vai refletir na votação final do Oscar, ficar de olho no que o Brutalista e Emília Pérez vão ganhar.
— Katbetaud (@Katbetaud1) January 20, 2025
O Brutalista e Emília Perez usaram IA e são os dois filmes que são favoritos na categoria melhor filme no Oscar.
Sabe um filme que não usou IA e poderia ser favorito nessa categoria? Isso mesmo, Ainda Estou Aqui!!! https://t.co/Y1AjHP192I
— ️⃤ (@ZionAftermath7) January 20, 2025
A bomba da cumulia perez já não bastava ser aquele chorume ainda revelou que usou ia agora o brutalista também, e estão sendo os filmes queridinhos da academia, a indústria acabou mesmo https://t.co/DL5B8ZrlSV
— denyel (@danittajo) January 19, 2025
O Brutalista é um filme sobre Arquitetura. Usou IA para desenvolver alguns edifícios e ajustar o sotaque do ator.
Emília Perez é um musical. Usou IA para fazer mudanças em vozes do elenco.
Academia do Oscar, me ajuda a te ajudar.
— EnViado Especial (@arthurmelo) January 19, 2025
ENTENDA…
Em uma recente entrevista ao RedShark News, o editor Dávid Jancsó revelou que o time criativo responsável pelo longa-metragem, que contou com o diretor Brady Corbet, não mediu esforços para garantir uma precisão histórica e cultural significativa à narrativa – e, considerando que boa parte do filme é falado em húngaro, parte do elenco tinha dificuldades em pronunciar os diálogos com fluidez.
Dessa forma, tomou-se a decisão de utilizar um programa ucraniano conhecido como Respeecher para “nativizar” possíveis equívocos dos atores.
“Eu sou falante nativo de húngaro e sei que essa é uma das línguas mais difíceis de serem pronunciadas”, Jancsó explicou. “Mesmo com o histórico húngaro de Adrien [a mãe de Brody é uma refugiada húngara que emigrou aos Estados Unidos em 1956], não é tão simples. É uma linguagem bastante única. Nós guiamos [Adrien e Felicity] e eles fizeram um trabalho fabuloso – mas também queríamos aperfeiçoá-lo para que nem os nativos percebessem qualquer diferença”.
O editor afirma que foram necessários ajustes para aprimorar letras específicas de seus sons vocais: “se você vem do mundo anglo-saxão, certos sons podem ser particularmente difíceis de entender. Primeiro tentamos abordar esses elementos mais difíceis com os atores. Então tentamos abordar completamente com outros atores, mas isso simplesmente não funcionou. Então procuramos outras opções de como melhorá-los”.
“É polêmico na indústria falar em IA, mas não deveria ser”, Jancsó completa. “Deveríamos ter uma discussão muito aberta sobre quais ferramentas a IA pode nos fornecer. Não há nada no filme usando IA que não tenha sido feito antes. Isso apenas torna o processo muito mais rápido. Usamos IA para criar esses pequenos detalhes que não tínhamos dinheiro ou tempo para filmar”.
Lembrando que o filme chega aos cinemas nacionais em 20 de fevereiro.
A trama é centrada na vida do arquiteto visionário László Toth (Brody), recém-fugido da Europa, que chega aos Estados Unidos em busca de reconstruir sua vida por completo, incluindo seu trabalho e principalmente seu casamento, após uma separação forçada. Sozinho em um novo país, encontrará quem reconheça seu talento para a construção, mas o preço disso pode ser alto.
Andrew Lauren e D.J. Gugenheim entram como produtores ao lado de Brian Young, Trevor Matthews e Nick Gordon.