terça-feira , 1 abril , 2025

De Klebér Mendonça a Tom Cruise – 30 Previsões para Festival de Cannes 2025


Prevista para ser anunciada em coletiva em Paris no dia 10 de abril, a seleção oficial do Festival de Cannes 2025 sempre gera burburinho no mundo do cinema, pois o evento é uma grande vitrine, e muitos títulos acabam entre os nomeados ao Oscar. Além do vencedor da Palma de Ouro, Anora, ter ganhado a estatueta de Melhor Filme este ano, outros cinco títulos lançados em Cannes receberam indicações em Los Angeles.

Enquanto aguardamos a lista oficial (e as surpresas) da 78ª edição do Festival de Cannes, realizada entre os dias 13 e 24 de maio de 2025, o CinePOP apresenta um panorama dos filmes mais prováveis de estrear na Croisette neste ano. 



Em nossos palpites, destacamos a estreia de duas grandes atrizes na direção, o retorno de vencedores da Palma de Ouro, um grande blockbuster e até mesmo  uma possível presença dupla brasileira no tapete vermelho. Quantos desses 30 títulos realmente entrarão na seleção oficial desta edição? 

1 – Alpha, por Julia Ducournau

Alpha Julia Ducournau

Acreditamos que o novo filme de Julia Ducournau, sucessor de Titane (2021) — vencedor da Palma de Ouro —, estará na competição de 2025. Exibido no Marché du Film no ano passado, o longa já teve os direitos norte-americanos adquiridos pela Neon — a mesma que gastou 18 milhões de dólares na campanha de Anora ao Oscar.

Estrelado por Golshifteh Farahani (Paterson) e Tahar Rahim (O Profeta), Alpha se passa nos anos 1980 e acompanha uma menina de 11 anos que é rejeitada por seus colegas de classe após rumores de que ela foi infectada por uma nova doença.


2 – O Agente Secreto, por Kleber Mendonça Filho

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Após o belíssimo documentário Retratos Fantasmas (2023) — exibido em sessões especiais em Cannes—, Kleber Mendonça Filho retorna à ficção com O Agente Secreto. Em entrevista ao CinePOP na 76ª edição (veja no YouTube), o cineasta falou sobre o projeto com exclusividade, cujo protagonista é Wagner Moura (Guerra Civil). 

Em 1977, um homem de passado obscuro (Moura) chega a Recife, onde tenta, sem sucesso, construir uma nova vida. Com duas passagens pela Mostra Competitiva —  Aquarius (2016) e Bacurau (2019) —, Kleber Mendonça Filho tem todas as chances de competir novamente e lutar por uma representação brasileira no Oscar do próximo ano.

3 – Ann Lee, por Mona Fastvold

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Amanda Seyfried no papel-título em Ann Lee

Após o sucesso de O Brutalista, ganhador de três Oscars, a cineasta norueguesa Mona Fastvold e seu marido, Brady Corbet, abraçam o outro longo projeto de pesquisa e memória — ele assina a coautoria desta vez. Embora seus últimos trabalhos tenham sido lançados no Festival de Veneza, o musical dramático histórico de Fastvold pode estrear em Cannes, caso a dupla decida diversificar o ambiente. 

Assista também: 
YouTube video



Estrelada por Amanda Seyfried no papel-título, Ann Lee conta a história da fundadora do movimento Shaker, cujos seguidores a consideravam a “Cristo feminina”. Ela era adorada através de canções e danças, as quais servem de base para os elementos musicais do filme. As músicas originais são assinadas por Daniel Blumberg, ganhador do Oscar pela trilha sonora por O Brutalista. O longa foi rodado na Hungria logo após a finalização das filmagens do seu antecessor.

4 – Rosebush Pruning, por Karim Aïnouz

Karim Ainouz

Assim como em 2019, o Brasil pode ter uma dobradinha no Festival de Cannes deste ano com Kléber e Karim. Se há seis anos tanto Bacurau quanto A Vida Invisível saíram premiados do evento, as expectativas agora se repetem. 

Embora Karim Aïnouz tenha apresentado Motel Destino na mostra Competitiva em 2024, ele já trabalhava paralelamente no suspense familiar, Rosebush Pruning, filmado em inglês e estrelado por Elle Fanning, Riley Keogh, Pamela Anderson e Jamie Bell. O longa é uma refilmagem do longa italiano De Punho Cerrados (1965), o filme acompanha uma família que luta contra doenças genéticas em uma propriedade rural. 

Esta é a sua segunda incursão no cinema internacional, após concorrer à Palma de Ouro em 2023 com O Jogo da Rainha (Veja a entrevista exclusiva para o CinePOP). Além disso, Aïnouz apresentou o documentário Marinheiro das Montanhas (2021) fora de competição no festival. Desde o lançamento de Madame Satã (2002), na mostra Un Certain Regard, o cineasta cearense tornou-se presença constante na Croisette.

5 – Couture, por Alice Winocour

Alice Winocour
Alice Winocour em Cannes.

Enquanto promovia Maria Callas, de Pablo Larraín, em novembro/dezembro do ano passado, Angelina Jolie rodava na França o novo drama de Alice Winocour. Se a cineasta francesa conseguir finalizar o projeto a tempo para Cannes, o filme terá sua presença praticamente garantida na competição do festival. Afinal, Winocour é uma presença constante na Croisette — três de seus quatro longas estrearam no festival, mas nunca na mostra competitiva: Augustine (2011), Transtorno (2015) e Revoir Paris (2022).

Couture (Costura, na tradução) representa um salto em orçamento e ambição artística da diretora. Angelina Jolie interpreta a cineasta norte-americana Maxime em uma jornada de autodescoberta durante o frenesi da Paris Fashion Week, quando o seu caminho é interpelado pela modelo sul-sudanesa Ada (a atriz estreante Anyier Anei) e a maquiadora francesa Angèle (Ella Rumpf). Louis Garrel também está na trama. 

6 – Calle Málaga, por Maryam Touzani

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Maryam Touzani em Cannes.

A cineasta marroquina Maryam Touzani tem chamado atenção na seção Un Certain Regard de Cannes com as obras Adam (2019) e O Caftan Azul (2022), este último vencedor do prêmio da crítica internacional FIPRESCI. Seu próximo longa, falado em espanhol, deve ser reconhecido pelos curadores mais uma vez ou até mesmo estrear na mostra competitiva. 

Calle Málaga narra a trajetória de Maria Angeles, uma mulher septuagenária da comunidade espanhola de Tânger. Ela resiste às tentativas de sua filha de vender sua casa e forçá-la a mudar de vida. Determinada, Maria decide recuperar os seus móveis vendidos a um antiquário e, durante o processo, redescobre sentimentos românticos e uma sensualidade há muito esquecida.

7 – Left-Handed Girl, por Shih-Ching Tsou

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Shih-Ching Tsou seria uma estreante em Cannes como diretora, mas já é uma presença familiar no festival devido ao seu frequente trabalho como produtora em Projeto Flórida (2015) e Red Rocket (2017). Ambos de Sean Baker, com quem co-dirigiu, escreveu e produziu o primeiro filme independente: Take-out (2004).

Ambientado no cenário vibrante dos mercados noturnos de Taiwan, Left-Handed Girl conta a história de uma mãe solteira e suas duas filhas enquanto lutam para se adaptar à vida na cidade após retornarem a Taipei, depois de vários anos vivendo no interior. Tsou co-escreveu o filme com Baker, ele,  também, é responsável pela edição.

8 – Eddington, por Ari Aster

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Dois anos após Beau tem Medo (2023), Ari Aster se reúne com Joaquin Phoenix em Eddington, um western de terror cuja trama se passa no Novo México durante a pandemia de Covid-19 e uma disputa política na cidade.

Apesar de ser um cineasta de terror consagrado, Ari Aster nunca esteve no Festival de Cannes. O filme conta com Emma Stone, Austin Butler e Pedro Pascal. Será essa sua primeira seleção oficial? 

9 – Father, Mother, Sister, Brother, por Jim Jarmusch

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Vicky Krieps e Cate Blanchett em ‘Father, Mother, Sister, Brother’.

Esperado em Cannes no ano passado, Father, Mother, Sister, Brother, o novo longa de Jim Jarmusch, deve ser finalmente apresentado este ano. Aos 72 anos, o diretor norte-americano já esteve mais de dez vezes entre os selecionados na competição do festival, levando o Grande Prêmio do Júri — isto é, o segundo lugar — por Flores Partidas (2005). 

O drama familiar apresenta Cate Blanchett, Vicky Krieps e Adam Driver interpretando irmãos que se reencontram após anos afastados e precisam enfrentar tensões familiares não resolvidas.

10 – The Way of The Wind, por Terrence Malick

The Way of The Wind por Terrence Malick
Géza Röhrig em The Way of The Wind.

Quatorze anos após ganhar a Palma de Ouro por A Árvore da Vida (2011) e seis anos depois de Uma Vida Oculta (2019), Terrence Malick pode retornar à competição com seu novo filme de temática bíblica. O longa é uma leitura de vários episódios da vida do profeta Jesus Cristo.

Embora as filmagens de The Way of The Wind tenham sido concluídas em 2019, Malick ainda não havia terminado a edição em janeiro de 2025. O intérprete de Jesus, Géza Röhrig, entretanto, afirmou que a obra fará sua estreia no Festival de Cannes 2025.

11 – Morra, Amor, por Lynne Ramsay

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Jennifer Lawrence em ‘Morra, Amor’, adaptação do romance de Ariana Harwicz.

Presença recorrente no Festival de Cannes, Lynne Ramsay deve ser uma das confirmações na disputa pela Palma de Ouro com seu novo longa, Morra, Amor (Die, My Love), com Jennifer Lawrence, Robert Pattinson e LaKeith Stanfield

A diretora de Precisamos Falar Sobre Kevin (2011) reúne terror e humor ácido nesta adaptação do romance da escritora argentina Ariana Harwicz sobre uma nova mãe em uma cidade do interior que desenvolve depressão pós-parto e entra em psicose.

12 – Missão Impossível – O Acerto Final, por Christopher McQuarrie

Missao Impossivel – O Acerto Final

Em 2022, Top Gun: Maverick iniciou sua impressionante trajetória nos cinemas com uma estreia marcante em Cannes. Ano passado, os curadores levaram Furiosa: Uma Saga Mad Max (2024), de George Miller, também fora de competição. Já este ano, a revista Variety anunciou que Tom Cruise pode voltar à Croisette para a estreia mundial de Missão Impossível – O Acerto Final.

Previsto para chegar aos cinemas dia 22 de maio, data do festival, o longa deve ganhar uma poderosa premiére mundial na Croisette. O filme conta com o elenco de Missão Impossível: Acerto de Contas Parte Um (2023), incluindo Hayley Atwell, Simon Pegg, Pom Klementieff e Esai Morales, sendo esta a última aventura da saga.

13 – No Other Choice, por Park Chan-wook

No Other Choice
Imagem de ‘No Other Choice’, de Park Chan-wook.

Há mais de uma década, Park Chan-wook trabalha em uma adaptação do suspense de terror The Ax, de Donald E. Westlake. A obra já foi adaptada por Costa-Gavras com o título O Corte (2005). Depois de ficar desempregado por vários anos, um homem elabora um plano único para conseguir um novo emprego: eliminar sua concorrência. 

Vencedor do Grande Prêmio (Oldboy), do Prêmio do Júri (Sede de Sangue) e do Prêmio de Direção (Decisão de Partir), o diretor sul-coreano é uma das grandes apostas para a competição pela Palma de Ouro 2025. O longa é protagonizado por Lee Byung-hun, de Round 6

14 – Sentimental Value, por Joachim Trier

Sentimental Value por Joachim Trier
Joachim Trier e Renate Reinsve se reencontram em ‘Sentimental Value’.

Após Oslo, 31 de agosto (2011) e A Pior Pessoa do Mundo (2021) apresentados em Cannes, Joachim Trier se reúne novamente com o roteirista Eskil Vogte e a atriz ganhadora da Palma de Ouro Renate Reinsve (veja entrevista exclusiva com atriz no YouTube).Devido ao histórico do cineasta dinamarquês, esta é uma das apostas certas deste ano. 

Sentimental Value narra a história de duas irmãs que, após a morte da mãe, veem o pai, um cineasta, reaparecer em suas vidas. O elenco também inclui Stellan Skarsgård, Inga Ibsdotter Lilleaas e Elle Fanning

15 – The Phoenician Scheme, por Wes Anderson

The Phoenician Scheme Wes Anderson
Novo filme de Wes Anderson chama-se ‘The Phoenician Scheme’.

Frequentador assíduo da Croisette, Wes Anderson já competiu oficialmente com Moonrise Kingdom (2012), A Crônica Francesa (2021) e Asteroid City (2023), porém nunca recebeu nenhum prêmio. 

Seu novo filme, The Phoenician Scheme, pode seguir o mesmo caminho, especialmente considerando sua data de lançamento, marcada para 28 de maio – um forte indicativo de uma possível estreia em Cannes.

16 – Jupiter, por Andrey Zvyagintsev

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O diretor russo Andrey Zvyagintsev.

Vencedor de vários prêmios em Cannes com O Desterro (2007), Elena (2011), Leviatã (2014) e Sem Amor (2017), Andrey Zvyagintsev fez sua última aparição no festival em 2018 como jurado.

Em 2025, ele provavelmente retorna com Jupiter, um longa que explora o universo dos ultra-ricos. A trama acompanha um oligarca russo lidando com o futuro incerto de sua família.

17 – Eleanor The Great, por Scarlett Johansson

Eleanor The Great
June Squibb no personagem-título em Eleanor The Great, de Scarlett Johansson.

Além de atuar no próximo filme de Wes Anderson, Scarlett Johansson pode marcar presença em Cannes na sua estreia como diretora. Depois do curta-metragem These Vagabond Shoes (2009) — assista no YouTube, a atriz concluiu seu primeiro longa, Eleanor The Great, estrelado por June Squibb (Telma) e Chiwetel Ejiofor (Bridget Jones: Louca pelo Garoto). 

Com roteiro de Tory Kamen, o filme conta a história de Eleanor Morgenstein, uma mulher de 90 anos que tenta reconstruir sua vida após a morte de sua melhor amiga. Ela se muda para Nova York para fazer novos amigos, mas é difícil. Ansiando por conexão, Eleanor faz amizade com um estudante de 19 anos (Erin Kellyman). 

18 – La Disparition, por Kirill Serebrennikov

La Disparition por Kirill Serebrennikov
O cineasta russo Kirill Serebrennikov.

Após Limonov: O Camaleão Russo na mostra competitiva do ano passado, Kirill Serebrennikov apresenta um novo filme biográfico, desta vez sobre Josef Mengele. 

Adaptado do romance de Olivier Guez, La Disparition retrata a fuga do ex-médico nazista para a América do Sul após a Segunda Guerra Mundial, com August Diehl (Uma Vida Oculta) no papel principal.

19 – Highest 2 Lowest, por Spike Lee

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Elenco de Highest 2 Lowest, de Spike Lee

Após vencer o Grande Prêmio por Infiltrado na Klan (2018) e de ser presidente do júri em 2021, Spike Lee deve retornar com Highest 2 Lowest

O filme é um remake de Céu e Inferno (1963), de Akira Kurosawa, que por sua vez foi baseado no livro Ransom on a Theme, do nova-iorquino Ed McBain. O elenco conta com Denzel Washington, Jeffrey Wright e o rapper A$AP Rocky.

20 – Nouvelle Vague, por Richard Linklater

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Como o nome sugere, o novo filme dirigido por Richard Linklater, cuja obra Blue Moon acaba ser premiada 75ª Berlinale, abordará a renovação do cinema francês no final dos anos 1950, acompanhando a trajetória dos jovens Jean-Luc Godard, vivido por Guillaume Marbeck, e François Truffaut, interpretado por Adrien Rouyard.

Com os personagens Jean Seberg (Zoey Deutch) e Jean-Paul Belmondo (Aubry Dullin), a trama se passa durante a produção e filmagens do clássico Acossado (1960)

21 – The Chronology of Water, por Kristen Stewart

The Chronology of Water por Kristen Stewart
Kristen Stewart faz sua estreia com a adaptação do memoir ‘The Chronology of Water’.

Após alguns videoclipes e um curta — Come Swim (2017), apresentado em Cannes  —, a atriz Kristen Stewart estreia na direção de um longa. The Chronology of Water será a adaptação das memórias da escritora norte-americana Lidia Yuknavitch. Kristen Stewart anunciou este projeto em 2018 no Festival de Cannes, portanto, é quase certa a estreia no próprio evento.

Para escapar de um lar abusivo, Lidia, com uma bolsa de natação e sonho de ir às Olimpíadas, entra na faculdade do Texas. Suas esperanças na natação são frustradas quando ela perde sua bolsa devido ao uso de álcool e drogas. Mais tarde, na Universidade de Oregon, ela trabalhou com Ken Kesey em seu romance colaborativo Caverns. Em seu percurso, ela explora sua identidade bissexual por meio do BDSM até encontrar o seu verdadeiro “eu”. 

22 – The Mastermind, por Kelly Reichardt

Kelly Reichardt
A cineasta Kelly Reichardt.

Depois de competir em 2022 com Esculturas da Vida, a cineasta norte-americana continua centrada na temática artística em seu novo trabalho. The Mastermind conta a história de um artista que planeja roubar obras de arte durante a Guerra do Vietnã. 

O elenco conta com Josh O’Connor (Rivais), no papel principal, além de Alana Haim (Licorice Pizza), Gaby Hoffmann (Eric) e John Magaro (Setembro 5).

23 – The Young Mother’s Home, por Luc e Jean-Pierre Dardenne

Luc e Jean Pierre Dardenne
Luc e Jean-Pierre Dardenne podem levar a terceira Palma de Ouro em 2025.

Veteranos da competição em Cannes, os irmãos Dardenne já conquistaram duas Palmas de Ouro: a primeira por Rosetta (1999) e a segunda por A Criança (2005). Será que vem uma terceira? Com The Young Mother’s Home, os diretores belgas estariam pela décima vez na disputa pela estatueta. 

Filmado no outono de 2024, o filme conta a história de cinco jovens mães, que vivem em um abrigo, lutando por um futuro melhor para seus filhos. 

24 – I Want Your Sex, por Gregg Araki

I Want Your Sex por Gregg Araki
O diretor californiano Gregg Araki lança ‘I Want Your Sex’.

Quinze anos após Kaboom (2010), exibido fora de competição em 2010, o ícone do cinema queer independente pode retornar a Cannes com seu novo filme, um aguardado thriller sensual. I Want Your Sex é estrelado por Olivia Wilde (diretora de Não Se Preocupe, Querida), Charli XCX e Cooper Hoffman. O filme acompanha Elliot, o qual emprega a artista Erika Trac como sua musa sexual.

25 – Orphan, por László Nemes

Orphan por Laszlo Nemes
Filmagens de ‘Orphan’, do húngaro László Nemes.

Vencedor do Grande Prêmio do Júri em Cannes e do Oscar de Filme Estrangeiro por O Filho de Saul (2015), o diretor húngaro László Nemes concluiu as filmagens de seu novo longa em setembro de 2024.O filme deve chegar aos cinemas ainda neste ano e tem grandes chances de ser exibido em Cannes.

Orphan se passa em Budapeste, em 1957, após a revolução húngara. A narrativa acompanha a vida de um menino de 12 anos, o qual acreditava na figura de pai morto e idealizado, mas é confrontado com um homem brutal que afirma ser seu pai verdadeiro durante o fracasso da insurreição contra a URSS. 

26 – Eagles of the Republic, por Tarik Saleh

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Fim da trilogia do Egito com ‘Eagles of the Republic’, de Tarik Saleh.

O cineasta  sueco Tarik Saleh causou grande impacto com os longas The Nile Hilton Incident (2017) e Garotos do Céu (vencedor do prêmio de Melhor Roteiro em Cannes, 2022). Com Eagles of the Republic, ele completa sua trilogia egípcia. 

Na trama, o ator mais adorado do Egito, George El-Nabawi (Fares Fares), cai em desgraça com as autoridades da noite para o dia. À beira de perder tudo, ele é forçado a atuar em um filme encomendado pelas mais altas autoridades do país.

27 – Resurrection, por Bi Gan

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Filme do cinestas chinês Bi Gan.

Para aqueles que se encantaram com Kaili Blues (2015) e Longa Jornada Noite Adentro (2018), o jovem diretor chinês Bi Gan deve retornar a Cannes com Resurrection. O título será protagonizado por Shu Qi, conhecida pelos filmes Millennium Mambo (2001), Carga Explosiva (2002) e A Assassina (2015).

O filme promete uma mistura ousada de futuro pós-apocalíptico e uma jornada pela história chinesa. A trama segue uma mulher cuja consciência cai na “zona do tempo eterna” durante um procedimento cirúrgico. No ano de 2068, ela acorda e descobre que é o único ser vivo em um mundo em ruínas. Presa em muitos sonhos, ela encontra um cadáver biônico meio-homem meio-robô e tenta acordá-lo contando histórias sem fim.

28 – Tu ne feras point d’images, por Kaouther Ben Hania

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A cinesta tunisiana Kaouther Ben Hania.

Após o aclamado documentário As 4 Filhas de Olfa (competição oficial e vencedor do Olho de Ouro em 2023), O Homem que Vendeu sua Pele (indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrageiro, 2020) e A Bela e os Cães (Un Certain Regard, 2017), a cineasta tunisiense Kaouther Ben Hania pode retornar ao tapete vermelho em 2025. 

Tu ne feras point d’images (Você não fará imagens, na tradução) segue a jovem Amira, uma estudante reservada de Túnis e apaixonada por cinema. Quando ela recebe uma chave misteriosa de sua avó no leito de morte, a menina começa a explorar o passado de sua família e as crenças de sua aldeia.

29 – Marty Supreme, por Josh Safdie

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Timothée Chalamet vive o campeão estadunidense de tênis de mesa Marty Reisman.

Josh e Benny Safdie estrearam juntos em Cannes com Bom Comportamento (2017), porém, desta vez, Josh pode ir sozinho. Pela primeira vez desde 2008, ele dirige um filme sem seu irmão. 

Marty Supreme é uma cinebiografia sobre o campeão estadunidense de tênis de mesa, isto é, ping-pong, Marty Reisman. O longa é estrelado por Timothée Chalamet (Um Completo Desconhecido), ao lado de Gwyneth Paltrow (Vingadores: Ultimato) e o rapper Tyler, The Creator.

30 – La Misteriosa Mirada del Flamenco, por Diego Cespedes

La Misteriosa Mirada del Flamenco por Diego Cespedes
Imagens de ‘La Misteriosa Mirada del Flamenco’, de Diego Cespedes

De Santiago, Chile, Diego Cespedes finaliza seu primeiro longa aos 30 anos, após ter ganhado o Cinéfondation First Prize em Cannes pelo curta The Summer of the Electric Lion (2018). O festival costuma trazer várias pratas da casa para participar da competição Un Certain Regard ou das mostras paralelas, e, quem sabe, até mesmo na Competição Oficial. 

La Misteriosa Mirada del Flamenco acompanha Lídia, uma ousada garota de 12 anos, que vive em uma cidade mineira isolada que está sendo afetada por uma doença que já matou vários homens e que se diz ser transmitida quando um homem se apaixona por outro através dos olhos, seu irmão é o principal suspeito. Situado em 1984, a trama confronta a ignorância de um mito e os relacionamentos familiares.


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Letícia Alassë
Crítica de Cinema desde 2012, jornalista e pesquisadora sobre comunicação, cultura e psicanálise. Mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade Paris VIII, na França e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Nascida no Rio de Janeiro e apaixonada por explorar o mundo tanto geograficamente quanto diante da tela.

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De Klebér Mendonça a Tom Cruise – 30 Previsões para Festival de Cannes 2025

Prevista para ser anunciada em coletiva em Paris no dia 10 de abril, a seleção oficial do Festival de Cannes 2025 sempre gera burburinho no mundo do cinema, pois o evento é uma grande vitrine, e muitos títulos acabam entre os nomeados ao Oscar. Além do vencedor da Palma de Ouro, Anora, ter ganhado a estatueta de Melhor Filme este ano, outros cinco títulos lançados em Cannes receberam indicações em Los Angeles.

Enquanto aguardamos a lista oficial (e as surpresas) da 78ª edição do Festival de Cannes, realizada entre os dias 13 e 24 de maio de 2025, o CinePOP apresenta um panorama dos filmes mais prováveis de estrear na Croisette neste ano. 

Em nossos palpites, destacamos a estreia de duas grandes atrizes na direção, o retorno de vencedores da Palma de Ouro, um grande blockbuster e até mesmo  uma possível presença dupla brasileira no tapete vermelho. Quantos desses 30 títulos realmente entrarão na seleção oficial desta edição? 

1 – Alpha, por Julia Ducournau

Alpha Julia Ducournau

Acreditamos que o novo filme de Julia Ducournau, sucessor de Titane (2021) — vencedor da Palma de Ouro —, estará na competição de 2025. Exibido no Marché du Film no ano passado, o longa já teve os direitos norte-americanos adquiridos pela Neon — a mesma que gastou 18 milhões de dólares na campanha de Anora ao Oscar.

Estrelado por Golshifteh Farahani (Paterson) e Tahar Rahim (O Profeta), Alpha se passa nos anos 1980 e acompanha uma menina de 11 anos que é rejeitada por seus colegas de classe após rumores de que ela foi infectada por uma nova doença.

2 – O Agente Secreto, por Kleber Mendonça Filho

o agente secreto filme wagner moura kleber mendonca filho foto victor juca
Após o belíssimo documentário Retratos Fantasmas (2023) — exibido em sessões especiais em Cannes—, Kleber Mendonça Filho retorna à ficção com O Agente Secreto. Em entrevista ao CinePOP na 76ª edição (veja no YouTube), o cineasta falou sobre o projeto com exclusividade, cujo protagonista é Wagner Moura (Guerra Civil). 

Em 1977, um homem de passado obscuro (Moura) chega a Recife, onde tenta, sem sucesso, construir uma nova vida. Com duas passagens pela Mostra Competitiva —  Aquarius (2016) e Bacurau (2019) —, Kleber Mendonça Filho tem todas as chances de competir novamente e lutar por uma representação brasileira no Oscar do próximo ano.

3 – Ann Lee, por Mona Fastvold

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Amanda Seyfried no papel-título em Ann Lee

Após o sucesso de O Brutalista, ganhador de três Oscars, a cineasta norueguesa Mona Fastvold e seu marido, Brady Corbet, abraçam o outro longo projeto de pesquisa e memória — ele assina a coautoria desta vez. Embora seus últimos trabalhos tenham sido lançados no Festival de Veneza, o musical dramático histórico de Fastvold pode estrear em Cannes, caso a dupla decida diversificar o ambiente. 

Estrelada por Amanda Seyfried no papel-título, Ann Lee conta a história da fundadora do movimento Shaker, cujos seguidores a consideravam a “Cristo feminina”. Ela era adorada através de canções e danças, as quais servem de base para os elementos musicais do filme. As músicas originais são assinadas por Daniel Blumberg, ganhador do Oscar pela trilha sonora por O Brutalista. O longa foi rodado na Hungria logo após a finalização das filmagens do seu antecessor.

4 – Rosebush Pruning, por Karim Aïnouz

Karim Ainouz

Assim como em 2019, o Brasil pode ter uma dobradinha no Festival de Cannes deste ano com Kléber e Karim. Se há seis anos tanto Bacurau quanto A Vida Invisível saíram premiados do evento, as expectativas agora se repetem. 

Embora Karim Aïnouz tenha apresentado Motel Destino na mostra Competitiva em 2024, ele já trabalhava paralelamente no suspense familiar, Rosebush Pruning, filmado em inglês e estrelado por Elle Fanning, Riley Keogh, Pamela Anderson e Jamie Bell. O longa é uma refilmagem do longa italiano De Punho Cerrados (1965), o filme acompanha uma família que luta contra doenças genéticas em uma propriedade rural. 

Esta é a sua segunda incursão no cinema internacional, após concorrer à Palma de Ouro em 2023 com O Jogo da Rainha (Veja a entrevista exclusiva para o CinePOP). Além disso, Aïnouz apresentou o documentário Marinheiro das Montanhas (2021) fora de competição no festival. Desde o lançamento de Madame Satã (2002), na mostra Un Certain Regard, o cineasta cearense tornou-se presença constante na Croisette.

5 – Couture, por Alice Winocour

Alice Winocour
Alice Winocour em Cannes.

Enquanto promovia Maria Callas, de Pablo Larraín, em novembro/dezembro do ano passado, Angelina Jolie rodava na França o novo drama de Alice Winocour. Se a cineasta francesa conseguir finalizar o projeto a tempo para Cannes, o filme terá sua presença praticamente garantida na competição do festival. Afinal, Winocour é uma presença constante na Croisette — três de seus quatro longas estrearam no festival, mas nunca na mostra competitiva: Augustine (2011), Transtorno (2015) e Revoir Paris (2022).

Couture (Costura, na tradução) representa um salto em orçamento e ambição artística da diretora. Angelina Jolie interpreta a cineasta norte-americana Maxime em uma jornada de autodescoberta durante o frenesi da Paris Fashion Week, quando o seu caminho é interpelado pela modelo sul-sudanesa Ada (a atriz estreante Anyier Anei) e a maquiadora francesa Angèle (Ella Rumpf). Louis Garrel também está na trama. 

6 – Calle Málaga, por Maryam Touzani

maryam touzani
Maryam Touzani em Cannes.

A cineasta marroquina Maryam Touzani tem chamado atenção na seção Un Certain Regard de Cannes com as obras Adam (2019) e O Caftan Azul (2022), este último vencedor do prêmio da crítica internacional FIPRESCI. Seu próximo longa, falado em espanhol, deve ser reconhecido pelos curadores mais uma vez ou até mesmo estrear na mostra competitiva. 

Calle Málaga narra a trajetória de Maria Angeles, uma mulher septuagenária da comunidade espanhola de Tânger. Ela resiste às tentativas de sua filha de vender sua casa e forçá-la a mudar de vida. Determinada, Maria decide recuperar os seus móveis vendidos a um antiquário e, durante o processo, redescobre sentimentos românticos e uma sensualidade há muito esquecida.

7 – Left-Handed Girl, por Shih-Ching Tsou

Shih Ching Tsou

Shih-Ching Tsou seria uma estreante em Cannes como diretora, mas já é uma presença familiar no festival devido ao seu frequente trabalho como produtora em Projeto Flórida (2015) e Red Rocket (2017). Ambos de Sean Baker, com quem co-dirigiu, escreveu e produziu o primeiro filme independente: Take-out (2004).

Ambientado no cenário vibrante dos mercados noturnos de Taiwan, Left-Handed Girl conta a história de uma mãe solteira e suas duas filhas enquanto lutam para se adaptar à vida na cidade após retornarem a Taipei, depois de vários anos vivendo no interior. Tsou co-escreveu o filme com Baker, ele,  também, é responsável pela edição.

8 – Eddington, por Ari Aster

ari asters eddington e1743274758696

Dois anos após Beau tem Medo (2023), Ari Aster se reúne com Joaquin Phoenix em Eddington, um western de terror cuja trama se passa no Novo México durante a pandemia de Covid-19 e uma disputa política na cidade.

Apesar de ser um cineasta de terror consagrado, Ari Aster nunca esteve no Festival de Cannes. O filme conta com Emma Stone, Austin Butler e Pedro Pascal. Será essa sua primeira seleção oficial? 

9 – Father, Mother, Sister, Brother, por Jim Jarmusch

Father Mother Sister Brother por Jim Jarmusch
Vicky Krieps e Cate Blanchett em ‘Father, Mother, Sister, Brother’.

Esperado em Cannes no ano passado, Father, Mother, Sister, Brother, o novo longa de Jim Jarmusch, deve ser finalmente apresentado este ano. Aos 72 anos, o diretor norte-americano já esteve mais de dez vezes entre os selecionados na competição do festival, levando o Grande Prêmio do Júri — isto é, o segundo lugar — por Flores Partidas (2005). 

O drama familiar apresenta Cate Blanchett, Vicky Krieps e Adam Driver interpretando irmãos que se reencontram após anos afastados e precisam enfrentar tensões familiares não resolvidas.

10 – The Way of The Wind, por Terrence Malick

The Way of The Wind por Terrence Malick
Géza Röhrig em The Way of The Wind.

Quatorze anos após ganhar a Palma de Ouro por A Árvore da Vida (2011) e seis anos depois de Uma Vida Oculta (2019), Terrence Malick pode retornar à competição com seu novo filme de temática bíblica. O longa é uma leitura de vários episódios da vida do profeta Jesus Cristo.

Embora as filmagens de The Way of The Wind tenham sido concluídas em 2019, Malick ainda não havia terminado a edição em janeiro de 2025. O intérprete de Jesus, Géza Röhrig, entretanto, afirmou que a obra fará sua estreia no Festival de Cannes 2025.

11 – Morra, Amor, por Lynne Ramsay

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Jennifer Lawrence em ‘Morra, Amor’, adaptação do romance de Ariana Harwicz.

Presença recorrente no Festival de Cannes, Lynne Ramsay deve ser uma das confirmações na disputa pela Palma de Ouro com seu novo longa, Morra, Amor (Die, My Love), com Jennifer Lawrence, Robert Pattinson e LaKeith Stanfield

A diretora de Precisamos Falar Sobre Kevin (2011) reúne terror e humor ácido nesta adaptação do romance da escritora argentina Ariana Harwicz sobre uma nova mãe em uma cidade do interior que desenvolve depressão pós-parto e entra em psicose.

12 – Missão Impossível – O Acerto Final, por Christopher McQuarrie

Missao Impossivel – O Acerto Final

Em 2022, Top Gun: Maverick iniciou sua impressionante trajetória nos cinemas com uma estreia marcante em Cannes. Ano passado, os curadores levaram Furiosa: Uma Saga Mad Max (2024), de George Miller, também fora de competição. Já este ano, a revista Variety anunciou que Tom Cruise pode voltar à Croisette para a estreia mundial de Missão Impossível – O Acerto Final.

Previsto para chegar aos cinemas dia 22 de maio, data do festival, o longa deve ganhar uma poderosa premiére mundial na Croisette. O filme conta com o elenco de Missão Impossível: Acerto de Contas Parte Um (2023), incluindo Hayley Atwell, Simon Pegg, Pom Klementieff e Esai Morales, sendo esta a última aventura da saga.

13 – No Other Choice, por Park Chan-wook

No Other Choice
Imagem de ‘No Other Choice’, de Park Chan-wook.

Há mais de uma década, Park Chan-wook trabalha em uma adaptação do suspense de terror The Ax, de Donald E. Westlake. A obra já foi adaptada por Costa-Gavras com o título O Corte (2005). Depois de ficar desempregado por vários anos, um homem elabora um plano único para conseguir um novo emprego: eliminar sua concorrência. 

Vencedor do Grande Prêmio (Oldboy), do Prêmio do Júri (Sede de Sangue) e do Prêmio de Direção (Decisão de Partir), o diretor sul-coreano é uma das grandes apostas para a competição pela Palma de Ouro 2025. O longa é protagonizado por Lee Byung-hun, de Round 6

14 – Sentimental Value, por Joachim Trier

Sentimental Value por Joachim Trier
Joachim Trier e Renate Reinsve se reencontram em ‘Sentimental Value’.

Após Oslo, 31 de agosto (2011) e A Pior Pessoa do Mundo (2021) apresentados em Cannes, Joachim Trier se reúne novamente com o roteirista Eskil Vogte e a atriz ganhadora da Palma de Ouro Renate Reinsve (veja entrevista exclusiva com atriz no YouTube).Devido ao histórico do cineasta dinamarquês, esta é uma das apostas certas deste ano. 

Sentimental Value narra a história de duas irmãs que, após a morte da mãe, veem o pai, um cineasta, reaparecer em suas vidas. O elenco também inclui Stellan Skarsgård, Inga Ibsdotter Lilleaas e Elle Fanning

15 – The Phoenician Scheme, por Wes Anderson

The Phoenician Scheme Wes Anderson
Novo filme de Wes Anderson chama-se ‘The Phoenician Scheme’.

Frequentador assíduo da Croisette, Wes Anderson já competiu oficialmente com Moonrise Kingdom (2012), A Crônica Francesa (2021) e Asteroid City (2023), porém nunca recebeu nenhum prêmio. 

Seu novo filme, The Phoenician Scheme, pode seguir o mesmo caminho, especialmente considerando sua data de lançamento, marcada para 28 de maio – um forte indicativo de uma possível estreia em Cannes.

16 – Jupiter, por Andrey Zvyagintsev

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O diretor russo Andrey Zvyagintsev.

Vencedor de vários prêmios em Cannes com O Desterro (2007), Elena (2011), Leviatã (2014) e Sem Amor (2017), Andrey Zvyagintsev fez sua última aparição no festival em 2018 como jurado.

Em 2025, ele provavelmente retorna com Jupiter, um longa que explora o universo dos ultra-ricos. A trama acompanha um oligarca russo lidando com o futuro incerto de sua família.

17 – Eleanor The Great, por Scarlett Johansson

Eleanor The Great
June Squibb no personagem-título em Eleanor The Great, de Scarlett Johansson.

Além de atuar no próximo filme de Wes Anderson, Scarlett Johansson pode marcar presença em Cannes na sua estreia como diretora. Depois do curta-metragem These Vagabond Shoes (2009) — assista no YouTube, a atriz concluiu seu primeiro longa, Eleanor The Great, estrelado por June Squibb (Telma) e Chiwetel Ejiofor (Bridget Jones: Louca pelo Garoto). 

Com roteiro de Tory Kamen, o filme conta a história de Eleanor Morgenstein, uma mulher de 90 anos que tenta reconstruir sua vida após a morte de sua melhor amiga. Ela se muda para Nova York para fazer novos amigos, mas é difícil. Ansiando por conexão, Eleanor faz amizade com um estudante de 19 anos (Erin Kellyman). 

18 – La Disparition, por Kirill Serebrennikov

La Disparition por Kirill Serebrennikov
O cineasta russo Kirill Serebrennikov.

Após Limonov: O Camaleão Russo na mostra competitiva do ano passado, Kirill Serebrennikov apresenta um novo filme biográfico, desta vez sobre Josef Mengele. 

Adaptado do romance de Olivier Guez, La Disparition retrata a fuga do ex-médico nazista para a América do Sul após a Segunda Guerra Mundial, com August Diehl (Uma Vida Oculta) no papel principal.

19 – Highest 2 Lowest, por Spike Lee

Highest 2 Lowest por Spike Lee
Elenco de Highest 2 Lowest, de Spike Lee

Após vencer o Grande Prêmio por Infiltrado na Klan (2018) e de ser presidente do júri em 2021, Spike Lee deve retornar com Highest 2 Lowest

O filme é um remake de Céu e Inferno (1963), de Akira Kurosawa, que por sua vez foi baseado no livro Ransom on a Theme, do nova-iorquino Ed McBain. O elenco conta com Denzel Washington, Jeffrey Wright e o rapper A$AP Rocky.

20 – Nouvelle Vague, por Richard Linklater

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Como o nome sugere, o novo filme dirigido por Richard Linklater, cuja obra Blue Moon acaba ser premiada 75ª Berlinale, abordará a renovação do cinema francês no final dos anos 1950, acompanhando a trajetória dos jovens Jean-Luc Godard, vivido por Guillaume Marbeck, e François Truffaut, interpretado por Adrien Rouyard.

Com os personagens Jean Seberg (Zoey Deutch) e Jean-Paul Belmondo (Aubry Dullin), a trama se passa durante a produção e filmagens do clássico Acossado (1960)

21 – The Chronology of Water, por Kristen Stewart

The Chronology of Water por Kristen Stewart
Kristen Stewart faz sua estreia com a adaptação do memoir ‘The Chronology of Water’.

Após alguns videoclipes e um curta — Come Swim (2017), apresentado em Cannes  —, a atriz Kristen Stewart estreia na direção de um longa. The Chronology of Water será a adaptação das memórias da escritora norte-americana Lidia Yuknavitch. Kristen Stewart anunciou este projeto em 2018 no Festival de Cannes, portanto, é quase certa a estreia no próprio evento.

Para escapar de um lar abusivo, Lidia, com uma bolsa de natação e sonho de ir às Olimpíadas, entra na faculdade do Texas. Suas esperanças na natação são frustradas quando ela perde sua bolsa devido ao uso de álcool e drogas. Mais tarde, na Universidade de Oregon, ela trabalhou com Ken Kesey em seu romance colaborativo Caverns. Em seu percurso, ela explora sua identidade bissexual por meio do BDSM até encontrar o seu verdadeiro “eu”. 

22 – The Mastermind, por Kelly Reichardt

Kelly Reichardt
A cineasta Kelly Reichardt.

Depois de competir em 2022 com Esculturas da Vida, a cineasta norte-americana continua centrada na temática artística em seu novo trabalho. The Mastermind conta a história de um artista que planeja roubar obras de arte durante a Guerra do Vietnã. 

O elenco conta com Josh O’Connor (Rivais), no papel principal, além de Alana Haim (Licorice Pizza), Gaby Hoffmann (Eric) e John Magaro (Setembro 5).

23 – The Young Mother’s Home, por Luc e Jean-Pierre Dardenne

Luc e Jean Pierre Dardenne
Luc e Jean-Pierre Dardenne podem levar a terceira Palma de Ouro em 2025.

Veteranos da competição em Cannes, os irmãos Dardenne já conquistaram duas Palmas de Ouro: a primeira por Rosetta (1999) e a segunda por A Criança (2005). Será que vem uma terceira? Com The Young Mother’s Home, os diretores belgas estariam pela décima vez na disputa pela estatueta. 

Filmado no outono de 2024, o filme conta a história de cinco jovens mães, que vivem em um abrigo, lutando por um futuro melhor para seus filhos. 

24 – I Want Your Sex, por Gregg Araki

I Want Your Sex por Gregg Araki
O diretor californiano Gregg Araki lança ‘I Want Your Sex’.

Quinze anos após Kaboom (2010), exibido fora de competição em 2010, o ícone do cinema queer independente pode retornar a Cannes com seu novo filme, um aguardado thriller sensual. I Want Your Sex é estrelado por Olivia Wilde (diretora de Não Se Preocupe, Querida), Charli XCX e Cooper Hoffman. O filme acompanha Elliot, o qual emprega a artista Erika Trac como sua musa sexual.

25 – Orphan, por László Nemes

Orphan por Laszlo Nemes
Filmagens de ‘Orphan’, do húngaro László Nemes.

Vencedor do Grande Prêmio do Júri em Cannes e do Oscar de Filme Estrangeiro por O Filho de Saul (2015), o diretor húngaro László Nemes concluiu as filmagens de seu novo longa em setembro de 2024.O filme deve chegar aos cinemas ainda neste ano e tem grandes chances de ser exibido em Cannes.

Orphan se passa em Budapeste, em 1957, após a revolução húngara. A narrativa acompanha a vida de um menino de 12 anos, o qual acreditava na figura de pai morto e idealizado, mas é confrontado com um homem brutal que afirma ser seu pai verdadeiro durante o fracasso da insurreição contra a URSS. 

26 – Eagles of the Republic, por Tarik Saleh

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Fim da trilogia do Egito com ‘Eagles of the Republic’, de Tarik Saleh.

O cineasta  sueco Tarik Saleh causou grande impacto com os longas The Nile Hilton Incident (2017) e Garotos do Céu (vencedor do prêmio de Melhor Roteiro em Cannes, 2022). Com Eagles of the Republic, ele completa sua trilogia egípcia. 

Na trama, o ator mais adorado do Egito, George El-Nabawi (Fares Fares), cai em desgraça com as autoridades da noite para o dia. À beira de perder tudo, ele é forçado a atuar em um filme encomendado pelas mais altas autoridades do país.

27 – Resurrection, por Bi Gan

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Filme do cinestas chinês Bi Gan.

Para aqueles que se encantaram com Kaili Blues (2015) e Longa Jornada Noite Adentro (2018), o jovem diretor chinês Bi Gan deve retornar a Cannes com Resurrection. O título será protagonizado por Shu Qi, conhecida pelos filmes Millennium Mambo (2001), Carga Explosiva (2002) e A Assassina (2015).

O filme promete uma mistura ousada de futuro pós-apocalíptico e uma jornada pela história chinesa. A trama segue uma mulher cuja consciência cai na “zona do tempo eterna” durante um procedimento cirúrgico. No ano de 2068, ela acorda e descobre que é o único ser vivo em um mundo em ruínas. Presa em muitos sonhos, ela encontra um cadáver biônico meio-homem meio-robô e tenta acordá-lo contando histórias sem fim.

28 – Tu ne feras point d’images, por Kaouther Ben Hania

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A cinesta tunisiana Kaouther Ben Hania.

Após o aclamado documentário As 4 Filhas de Olfa (competição oficial e vencedor do Olho de Ouro em 2023), O Homem que Vendeu sua Pele (indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrageiro, 2020) e A Bela e os Cães (Un Certain Regard, 2017), a cineasta tunisiense Kaouther Ben Hania pode retornar ao tapete vermelho em 2025. 

Tu ne feras point d’images (Você não fará imagens, na tradução) segue a jovem Amira, uma estudante reservada de Túnis e apaixonada por cinema. Quando ela recebe uma chave misteriosa de sua avó no leito de morte, a menina começa a explorar o passado de sua família e as crenças de sua aldeia.

29 – Marty Supreme, por Josh Safdie

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Timothée Chalamet vive o campeão estadunidense de tênis de mesa Marty Reisman.

Josh e Benny Safdie estrearam juntos em Cannes com Bom Comportamento (2017), porém, desta vez, Josh pode ir sozinho. Pela primeira vez desde 2008, ele dirige um filme sem seu irmão. 

Marty Supreme é uma cinebiografia sobre o campeão estadunidense de tênis de mesa, isto é, ping-pong, Marty Reisman. O longa é estrelado por Timothée Chalamet (Um Completo Desconhecido), ao lado de Gwyneth Paltrow (Vingadores: Ultimato) e o rapper Tyler, The Creator.

30 – La Misteriosa Mirada del Flamenco, por Diego Cespedes

La Misteriosa Mirada del Flamenco por Diego Cespedes
Imagens de ‘La Misteriosa Mirada del Flamenco’, de Diego Cespedes

De Santiago, Chile, Diego Cespedes finaliza seu primeiro longa aos 30 anos, após ter ganhado o Cinéfondation First Prize em Cannes pelo curta The Summer of the Electric Lion (2018). O festival costuma trazer várias pratas da casa para participar da competição Un Certain Regard ou das mostras paralelas, e, quem sabe, até mesmo na Competição Oficial. 

La Misteriosa Mirada del Flamenco acompanha Lídia, uma ousada garota de 12 anos, que vive em uma cidade mineira isolada que está sendo afetada por uma doença que já matou vários homens e que se diz ser transmitida quando um homem se apaixona por outro através dos olhos, seu irmão é o principal suspeito. Situado em 1984, a trama confronta a ignorância de um mito e os relacionamentos familiares.

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Letícia Alassë
Crítica de Cinema desde 2012, jornalista e pesquisadora sobre comunicação, cultura e psicanálise. Mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade Paris VIII, na França e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Nascida no Rio de Janeiro e apaixonada por explorar o mundo tanto geograficamente quanto diante da tela.

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