Darren Aronofsky é um dos diretores mais polêmicos da atualidade e, desde sua estreia oficial no cenário do entretenimento em 1998, nunca se preocupou em trazer temas pesados ao mainstream – endereçando a problemática das drogas, da ambição excessiva e reatribuindo significado contemporâneo a uma das mitologias mais antigas do mundo (a católica).
Ao longo de sua carreira, Aronofsky comandou apenas sete longas-metragens, um mais controverso que o outro, que lhe renderam destaque, alguns prêmios – e complexa atenção de diversos grupos da sociedade. Apenas para citar um exemplo, sua última produção, ‘mãe!’, resolveu recontar a história da Bíblia através de metáforas originais e uma crueza chocante que levou realizadores e cristãos e tachá-lo como “superestimado” e “pedante” (algo que este que vos escreve discorda veementemente).
No dia de hoje, 12 de fevereiro, o cineasta completa 53 anos e continua a nos intrigar com as tramas que leva às telonas. E, para celebrá-lo, montamos uma lista ranqueando suas obras, desde ‘Pi’ até o título supracitado no parágrafo anterior.
Confira abaixo e conte para nós se você concorda ou não:
7. FONTE DA VIDA (2006)
‘Fonte da Vida’ não é um filme ruim, por assim dizer, mas falha em diversos aspectos em cumprir com tudo o que pretendia. O longa mistura diversos elementos narrativos e funde drama romântico com realismo mágico épico, trazendo Hugh Jackman e Rachel Weisz como protagonistas. A trama envolve incursões sobre imortalidade, perda do amor verdadeiro e a luta contra um destino preescrito que, a princípio, não pode ser mudado. Apesar da recepção mista, a obra conquistou uma legião cult com o passar dos anos e foi redescoberto pelos espectadores, caindo no gosto popular anos depois de seu lançamento oficial.
6. NOÉ (2014)
‘Noé’ sofre de mal similar a ‘Fonte da Vida’ e, se pensávamos que Aronofsky havia deixado seus dias de polêmica para trás, provou o contrário e até mesmo foi banido da China com esta produção. Chegando aos cinemas em 2014, os especialistas rasgaram elogios para as performances do elenco e para a direção, mas gerou controvérsia por não se basear essencialmente no Livro de Noé, da Bíblia católica, e procurar inflexões ambientalistas, políticas e um uso extensivo de fontes não relacionadas à trama. De qualquer forma, ‘Noé’ é uma aventura bastante envolvente e chocante da melhor maneira possível – e merece ser apreciada dentro dos limites que impôs a si própria.
5. PI (1998)
A estreia de Aronofsky no cinema veio em 1998 com o thriller psicológico neo-noir ‘Pi’ – e configura-se como um dos maiores débuts de todos os tempos. Conquistando diversos prêmios à época de seu lançamento, o enredo é centrado em um matemático obcecado por encontrar a completa perfeição no mundo, delineando o contraste entre a imperfeição emocional do ser humano e a excessiva razão da ciência. Também explorando temas religiosos e místicos, o filme foi elogiado pela sagacidade do roteiro e pelo espetáculo visual e reflexivo que o realizador construiu – ainda que com um orçamento baixíssimo.
4. MÃE! (2017)
Na história cinematográfica, diversos títulos se tornaram extremamente populares justamente por “cutucarem a onça com vara curta” e mergulharem em temas polêmicos – e é claro que Aronofsky faria parte deste seleto grupo ao dirigir ‘mãe!’. Estrelado por nomes como Jennifer Lawrence, Javier Bardem e Michelle Pfeiffer, a produção reconta a história da Bíblia como nunca antes, desde Gênesis até Apocalipse, traduzindo a atemporalidade dos escritos em um envolvente thriller simbólico. O longa é, certamente, o mais subestimado da carreira do realizador e mereceu o quarto lugar de nossa lista, mesmo envolto em conflitos.
3. O LUTADOR (2008)
‘O Lutador’ é uma das melhores entradas da carreira de Aronofsky – e um dos longas que menos se aproximam ao estilo que ele nos apresentara no passado, motivo pelo qual foi aceito com imediato aclame. O drama psicológico é estrelado por Mickey Rourke, Marisa Tomei e Evan Rachel Wood e acompanha um lutador profissional que, apesar de enfrentar problemas de saúde e lidar com a perda de sua fama, tem um desejo intrínseco de recuperar o sucesso que outrora tinha. Não é surpresa que Rourke, vivendo o protagonista, conquistou indicações ao BAFTA, ao Globo de Ouro e ao Oscar.
2. RÉQUIEM PARA UM SONHO (2000)
‘Réquiem para um Sonho’ é um dos filmes mais impactantes de Aronofsky – e do cinema atual. É claro que, com o passar dos anos, o título pode ter perdido força nos holofotes em meio a lançamentos constantes de um mainstream bombardeado por fórmulas, mas nada pode apagar a profunda análise sobre a qual o diretor discorreu com uma explícita paixão pela psicologia e pela ruína humana. O ponto alto do longa-metragem não é apenas o comando desse épico dramático ou a espetacular trilha sonora, mas a rendição impecável de um elenco de ponta guiado por Jared Leto, Jennifer Connelly, Marlon Wayans e Ellen Burstyn.
1. CISNE NEGRO (2010)
Não conseguimos pensar em outro filme de Aronofsky que possa ficar em primeiro lugar no nosso ranking. ‘Cisne Negro’ parou o mundo quando chegou aos cinemas de todo o mundo e trouxe o que vários consideram como a melhor atuação de Natalie Portman (que inclusive lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz). O thriller psicológico é uma ode e uma homenagem à psicologia e à ambição humana, girando em torno de uma problemática jovem que é escalada como a principal bailarina de O Lago dos Cisnes – mas não percebe que terá de lidar com seus medos internos e com uma síndrome de perseguição que prenuncia sua ruína.