O sexto episódio de What If…? é exatamente aquilo que as imagens promocionais prometiam. E se tratando dessa série, isso é algo positivo. A ideia de ter um faroeste estrelado pelo Mestre do Kung Fu é, como diria Hannah Montana, o melhor dos dois mundos.
A junção do bangue-bangue com as artes marciais, embrulhado em uma estética retrofuturista acabou sendo uma experiência muito divertida de acompanhar.
Inspirado em um universo existente nos quadrinhos, o episódio ambientado em 1872 novamente aproveita a oportunidade para introduzir personagens que estrelarão produções futuras da casa.
Ao longo da história, vemos personagens como John Walker — o Agente Americano, que estrelará o filme Thunderbolts* — e o vilão o Capuz — grande ameaça de douras da Coração de Ferro — deram as caras. Porém, diferentemente de episódios anteriores, a inserção desses personagens não parece forçada aqui. Da mesma forma, o uso do pequeno Punho de Ferro desse universo western foi muito bem sacado, já que a imagem de Danny Rand ainda está desgastada ante o público.
Pois bem, a trama do episódio é bem similar a do filme Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis (2021). O herói e sua irmã fugiram da China para escapar da crueldade do pai. Enquanto Shang-Chi optou por um caminho mais nobre, sua irmã se corrompeu. A diferença primordial dessa história para a do filme é o ano/universo em que se passa. E a justificativa para reunir as artes marciais com o velho oeste acabou sendo bem coerente. Eles fazem um paralelo com a crise dos imigrantes que é algo bem comum nos dias de hoje, mais situando a mesma no velho Oeste, o que só ressalta o quão absurdo são alguns tipos de preconceito dos dias atuais.
Particularmente, não entendi muito bem a escalação de Kate Bishop para ser a parceira do herói. Acredito que tenha sido algo puramente baseado em suas habilidades. Afinal, ela tem uma mira muito precisa, o que acaba sendo muito útil em um faroeste. Só que sua personalidade mais brincalhona acabou não sendo adaptada para a série, dando a ela um aspecto mais sério. De certa forma, ela traz uma personalidade parecida com a do próprio Shang-Chi. Ou seja, falta aquela sensação de contraste entre os protagonistas, deixando ela meio de lado na história. Na verdade, ela até tem o seu arco dramático, mas é tratado de forma secundária e acaba não sendo tão interessante quanto o do protagonista. Não que isso atrapalhe.
Outra surpresa positiva do episódio foi que a arte estranha da animação conseguiu não prejudicar as cenas de luta. Inclusive, os momentos de Arte marciais ficaram bem fluidos dando uma sensação dinâmica bem interessante, bem diferente do que as coreografias do episódio da Agatha Harkness, por exemplo.
Eles também aproveitam para dar prosseguimento a trama do Vigia, que novamente interfere e, enfim, é banido pelo resto do conselho. Vale destacar que esse banimento é acompanhado de um tipo de ruptura da realidade, algo que deve ser abordado nos próximos episódios.
No fim das contas, o sexto episódio figura dentre os melhores da temporada, quiçá de toda a série. Foi uma boa surpresa. Vamos ver os próximos. Tá acabando, pessoal!