sexta-feira , 24 janeiro , 2025

Crítica | Paddington: Uma Aventura na Floresta – Ursinho Volta ao Peru em Busca de Ancestralidade

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Desde que o fofíssimo ursinho Paddington surgiu nos cinemas, o público caiu de amores por ele. Super educado, fofo, gentil e solicito, o pequeno bichinho rapidamente foi adotado pela família Brown, e acolhido no coração de uma comunidade cheia de carinho em Londres. Apesar de tudo isso, claramente Paddington não era oriundo da Inglaterra, e desde o primeiro filme foi dito que ele se perdera de sua família e precisava de um lar. De lá para cá mais de dez anos se passaram, e apesar de ser um legítimo londrino (no seu falar, nas suas roupas, no seu comportamento), originalmente Paddington é peruano – um detalhe que muitas pessoas esqueceram, e que agora chega como o centro da nova aventura do ursinho, em ‘Paddington: Uma Aventura na Floresta’, que chega hoje nos cinemas brasileiros.

Paddington (novamente na voz de Bruno Gagliasso) acaba de tirar seu passaporte e, portanto, considera-se um cidadão britânico. Nesse mesmo dia recebe uma enigmática carta do Lar dos Ursos Aposentados enviada pela Madre Superiora (Olivia Colman), dizendo que sua tia Lucy não anda bem. Preocupado, Paddington e a família Brown decide viajar ao Peru, mas, ao chegarem no Machu Picchu, descobrem que tia Lucy desaparecera. Certo de que saberá onde encontrar a tia Lucy, Paddington convence os Brown a ir com ele numa aventura pela floresta Amazônica, a bordo do barco comandado por Hunter (Antonio Banderas).

Do tamanho certo para a criançada (apenas noventa minutos de duração, com direito a dois pós-créditos bem especiais), ‘Paddington: Uma Aventura na Floresta’ é um filme adorável, respeitoso e com um ensinamento muito profundo. Talvez tivesse sido feito dez anos atrás o resultado não fosse o mesmo, mas tendo sido realizado nos dias de hoje, em que a população está muito mais atenta a questões de representação e representatividade no audiovisual, o roteiro (de Mark Burton, Jon Foster e James Lamont) trata de maneira bastante educação a cultura ancestral peruana – os povos indígenas (representados figurativamente pelos ursos) e, mas especificamente, a cultura inca (em todos os artesanatos, os quipus, as figuras, grafismos e outros detalhes recorrentes no filme). A pesquisa do roteiro inclusive conseguiu linkar a doce marmelada adorada pelo protagonista às laranjas dulcíssimas encontradas no coração da Amazônia peruana. Realmente, isso é muito legal e muito bem colocado no enredo.

O diretor Dougal Wilson teve muita sensibilidade em retratar a cultura peruana pelos olhos de uma equipe britânica, mas, sem com isso, perder ritmo de evolução do enredo ou tornar a história pesada. Ao contrário, o filme é divertido para a garotada, que torce efusivamente com todas as trapalhadas do protagonista fofo e se entrega à aventura junto com ele. O diretor ainda encontrou formas de fazer referência a clássicos como ‘A Noviça Rebelde’ e ‘Indiana Jones’ – pontos que todo cinéfilo irá facilmente identificar.

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Paddington: Uma Aventura na Floresta’ traz uma linda e comovente mensagem sobre identidade e pertencimento. Num mundo cada vez mais globalizado, o filme ajuda as crianças a entender a outridade e respeitá-la, ao mesmo tempo em que dialoga com aquelas que de alguma forma migraram de suas terras, dizendo-lhes que a ancestralidade, sabermos nossas origens, é fundamental para entendermos quem somos, e que o chamado ancestral sempre estará dentro de nós, onde quer que estejamos.

Sarah Michelle Gellar e Patrick Dempsey falam sobre Dexter, a carreira em filmes de terror e PÂNICO7

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Janda Montenegrohttps://twilen.xyz
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Paddington (novamente na voz de Bruno Gagliasso) acaba de tirar seu passaporte e, portanto, considera-se um cidadão britânico. Nesse mesmo dia recebe uma enigmática carta do Lar dos Ursos Aposentados enviada pela Madre Superiora (Olivia Colman), dizendo que sua tia Lucy não anda bem. Preocupado, Paddington e a família Brown decide viajar ao Peru, mas, ao chegarem no Machu Picchu, descobrem que tia Lucy desaparecera. Certo de que saberá onde encontrar a tia Lucy, Paddington convence os Brown a ir com ele numa aventura pela floresta Amazônica, a bordo do barco comandado por Hunter (Antonio Banderas).

Do tamanho certo para a criançada (apenas noventa minutos de duração, com direito a dois pós-créditos bem especiais), ‘Paddington: Uma Aventura na Floresta’ é um filme adorável, respeitoso e com um ensinamento muito profundo. Talvez tivesse sido feito dez anos atrás o resultado não fosse o mesmo, mas tendo sido realizado nos dias de hoje, em que a população está muito mais atenta a questões de representação e representatividade no audiovisual, o roteiro (de Mark Burton, Jon Foster e James Lamont) trata de maneira bastante educação a cultura ancestral peruana – os povos indígenas (representados figurativamente pelos ursos) e, mas especificamente, a cultura inca (em todos os artesanatos, os quipus, as figuras, grafismos e outros detalhes recorrentes no filme). A pesquisa do roteiro inclusive conseguiu linkar a doce marmelada adorada pelo protagonista às laranjas dulcíssimas encontradas no coração da Amazônia peruana. Realmente, isso é muito legal e muito bem colocado no enredo.

O diretor Dougal Wilson teve muita sensibilidade em retratar a cultura peruana pelos olhos de uma equipe britânica, mas, sem com isso, perder ritmo de evolução do enredo ou tornar a história pesada. Ao contrário, o filme é divertido para a garotada, que torce efusivamente com todas as trapalhadas do protagonista fofo e se entrega à aventura junto com ele. O diretor ainda encontrou formas de fazer referência a clássicos como ‘A Noviça Rebelde’ e ‘Indiana Jones’ – pontos que todo cinéfilo irá facilmente identificar.

Paddington: Uma Aventura na Floresta’ traz uma linda e comovente mensagem sobre identidade e pertencimento. Num mundo cada vez mais globalizado, o filme ajuda as crianças a entender a outridade e respeitá-la, ao mesmo tempo em que dialoga com aquelas que de alguma forma migraram de suas terras, dizendo-lhes que a ancestralidade, sabermos nossas origens, é fundamental para entendermos quem somos, e que o chamado ancestral sempre estará dentro de nós, onde quer que estejamos.

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