sábado , 18 janeiro , 2025

Crítica | ‘Missão Porto Seguro’ é apenas uma cópia mal feita de ‘Miss Simpatia’

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Em Missão Porto Seguro, Giovanna Lancellotti interpreta uma policial que é suspensa após colocar em perigo uma importante missão – apenas para resolver agir por conta própria para conseguir colocar as mãos em um importante objeto que pode reconquistar a confiança de seu pai, que calha de ser seu chefe, e prender um magnata do crime sem escrúpulos. Essa é a narrativa da nova comédia de ação do Prime Video, que chegou à plataforma de streaming neste último dia 17 de janeiro – e que, seguindo os passos de recentes produções do gênero nacionais e internacionais, bebe das fórmulas de obras clássicas para focar em um entretenimento prático e bastante funcional (ou ao menos é o que tenta fazer).

Dirigido por Cris D’Amato, a trama é centrada em Denise, uma policial que viaja para Porto Seguro para colocar as mãos em um objeto que contém as coordenadas de uma organização criminosa. O problema é que a informação de que ela precisa está com a mimada Silvia (Sophia Valverde), filha do chefão do crime Silvio (Marcelo Médici). Para tanto, ela aproveita de seu semblante jovial para se passar por uma adolescente de férias na paradisíaca cidade, se aproximar de seu alvo e conseguir reaver o que precisa para recuperar a reputação dentro da delegacia comandada pelo pai, Genaro (Miguel Falabella). E é claro que, no meio do caminho, ela cruza caminho com uma espécie de golpista de grande coração chamada Babi (Ademara) que a auxilia nessa empreitada.

Se você achou essa história familiar, não se assuste: o enredo bebe consideravelmente de outras produções similares que dominaram os anos 2000, incluindo o clássico e adorado ‘Miss Simpatia’, estrelado por Sandra Bullock. Afinal, assim como Grace, Denise adota uma persona muito diferente de quem é em prol de conquistar seu objetivo e, no caminho, descobre que a vida não se resume apenas ao trabalho e à carreira que escolheu – e sim a amizades e a um companheirismo que permite que caiamos com a possibilidade de levantar com um apoio necessário e ímpar. Porém, diferente da rom-com com Bullock, a produção parece não ter qualquer brilho ou ímpeto, posando como uma monotônica construção audiovisual imemorável e esquecível (ao menos nas partes que deveriam deixar uma mínima marca nos espectadores).

D’Amato conduz a obra como pode, mas não há muito o que ela possa fazer em meio a um roteiro formulaico e que conta com delineações previsíveis e personagens unidimensionais do começo ao fim. Lancellotti e Ademara conseguem desfrutar de uma química divertida e que fornece um pouco de ritmo a uma narrativa desengonçada e desequilibrada; todavia, isso não pode ser dito dos outros membros do elenco, que singram por uma maré de pura e exaurível calmaria. Ora, nem mesmo os diálogos mais “cômicos”, por assim dizer, são entregues sem fluidez e sem o teor necessário para garantir a quebra de expectativa que desejávamos – mesmo com o conhecido talento da equipe de performers.

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O roteiro é assinado a quatro mãos – contando com Denis Nielsen, Cristiane Wesom, Vitor Brandt e Leandro Soares na responsabilidade da história -, mas nem a convergência dessas mentes é o suficiente para desvencilhar de incontáveis convencionalismos que se tornam perceptíveis desde os primeiros minutos. Enquanto a personalidade dos protagonistas e coadjuvantes é tão rasa quanto um pires, o desenvolvimento dos arcos segue um padrão similar: temos a estruturação da problemática, as escapadas de comédia, a suposta ruína da heroína e a conclusão em “final feliz” que amarra as pontas soltas. Em outras palavras, se você já conferiu qualquer obra com essa ambientação, você já assistiu a esse projeto – o que torna essa previsibilidade nem mesmo aproveitável ou aprazível.

De fato, é Lancellotti quem rouba a cena e consegue mergulhar em um crescendo notável – mas, na resolução do terceiro ato, as falas proferidas são idênticas à ‘Miss Simpatia’ em um rip-off sem vida. Eventualmente, com exceção de certos lampejos de originalidade e de algumas sequências que nos envolvem (por breves segundos que sejam), nos esquecemos de Missão Porto Seguro no momento em que os créditos finais sobem nas telas – e não, nem mesmo o caráter de entretenimento é forte o suficiente para nos fazer varrer para debaixo do tapete equívocos tão amadores que se tornam frustrantes.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Dirigido por Cris D’Amato, a trama é centrada em Denise, uma policial que viaja para Porto Seguro para colocar as mãos em um objeto que contém as coordenadas de uma organização criminosa. O problema é que a informação de que ela precisa está com a mimada Silvia (Sophia Valverde), filha do chefão do crime Silvio (Marcelo Médici). Para tanto, ela aproveita de seu semblante jovial para se passar por uma adolescente de férias na paradisíaca cidade, se aproximar de seu alvo e conseguir reaver o que precisa para recuperar a reputação dentro da delegacia comandada pelo pai, Genaro (Miguel Falabella). E é claro que, no meio do caminho, ela cruza caminho com uma espécie de golpista de grande coração chamada Babi (Ademara) que a auxilia nessa empreitada.

Se você achou essa história familiar, não se assuste: o enredo bebe consideravelmente de outras produções similares que dominaram os anos 2000, incluindo o clássico e adorado ‘Miss Simpatia’, estrelado por Sandra Bullock. Afinal, assim como Grace, Denise adota uma persona muito diferente de quem é em prol de conquistar seu objetivo e, no caminho, descobre que a vida não se resume apenas ao trabalho e à carreira que escolheu – e sim a amizades e a um companheirismo que permite que caiamos com a possibilidade de levantar com um apoio necessário e ímpar. Porém, diferente da rom-com com Bullock, a produção parece não ter qualquer brilho ou ímpeto, posando como uma monotônica construção audiovisual imemorável e esquecível (ao menos nas partes que deveriam deixar uma mínima marca nos espectadores).

D’Amato conduz a obra como pode, mas não há muito o que ela possa fazer em meio a um roteiro formulaico e que conta com delineações previsíveis e personagens unidimensionais do começo ao fim. Lancellotti e Ademara conseguem desfrutar de uma química divertida e que fornece um pouco de ritmo a uma narrativa desengonçada e desequilibrada; todavia, isso não pode ser dito dos outros membros do elenco, que singram por uma maré de pura e exaurível calmaria. Ora, nem mesmo os diálogos mais “cômicos”, por assim dizer, são entregues sem fluidez e sem o teor necessário para garantir a quebra de expectativa que desejávamos – mesmo com o conhecido talento da equipe de performers.

O roteiro é assinado a quatro mãos – contando com Denis Nielsen, Cristiane Wesom, Vitor Brandt e Leandro Soares na responsabilidade da história -, mas nem a convergência dessas mentes é o suficiente para desvencilhar de incontáveis convencionalismos que se tornam perceptíveis desde os primeiros minutos. Enquanto a personalidade dos protagonistas e coadjuvantes é tão rasa quanto um pires, o desenvolvimento dos arcos segue um padrão similar: temos a estruturação da problemática, as escapadas de comédia, a suposta ruína da heroína e a conclusão em “final feliz” que amarra as pontas soltas. Em outras palavras, se você já conferiu qualquer obra com essa ambientação, você já assistiu a esse projeto – o que torna essa previsibilidade nem mesmo aproveitável ou aprazível.

De fato, é Lancellotti quem rouba a cena e consegue mergulhar em um crescendo notável – mas, na resolução do terceiro ato, as falas proferidas são idênticas à ‘Miss Simpatia’ em um rip-off sem vida. Eventualmente, com exceção de certos lampejos de originalidade e de algumas sequências que nos envolvem (por breves segundos que sejam), nos esquecemos de Missão Porto Seguro no momento em que os créditos finais sobem nas telas – e não, nem mesmo o caráter de entretenimento é forte o suficiente para nos fazer varrer para debaixo do tapete equívocos tão amadores que se tornam frustrantes.

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