Em 2018 um filme de ação com thriller fez um sucesso um tanto quanto expressivo nos cinemas, trazendo uma história que envolvia um policial federal de elite envolvido com a investigação do maior grupo de assaltantes da cidade de Los Angeles. Por envolver as ruas de uma das mais famosas metrópoles mundiais, com direito a bangue-bangue externo e muita perseguição, o longa acabou levando milhares de pessoas aos cinemas e garantiu uma sequência, ‘Covil de Ladrões 2’, que chega a partir de hoje ao circuito nacional.
Seco por ganância, Donnie (O’Shea Jackson Jr., da série ‘Obi-Wan Kenobi’) decide roubar um diamante bruto muito precioso, e o consegue. Feliz, ele decide colocá-lo em um cofre de um banco em Paris, com a ajuda de Cleópatra (Evin Ahmad). Mas então descobre que o diamante em questão pertencia a um poderoso grupo da máfia italiana, que quer a pedra de volta. Sem saída, ele decide se juntar ao grupo das Panteras, que pretende roubar o cofre do banco. É então que o policial especial Nick (Gerard Butler, de ‘Missão de Sobrevivência’) é acionado pela Interpol, no intuito de capturar Donnie de uma vez por todas. Por reconhecer de quem se trata, Nick decide se camuflar e se infiltrar nos Panteras para, assim, acertar suas contas com Donnie de uma vez por todas.
‘Covil de Ladrões 2’ tem, em sua essência, os elementos principais que embalam o filme de ação padrão: uma história que envolve recuperar/conseguir algo dentro de um prazo pequeno, personagens que não têm o que perder versus personagens que têm família a perder, uma máfia bem caricata, perseguição de carro em alta velocidade, tiroteio e uma dose extra de adrenalina. Soma-se a isso dois protagonistas que ficam o tempo todo no limiar entre o mocinho e o mauzinho, mantendo a faceta de duas caras para enganar o espectador. No roteiro de Christian Gudegast há espaço para cenas mirabolantes de fuga estilo o primeiro ‘Missão Impossível’ com flerte em ‘Velozes e Furiosos’ versão Europa.
Partindo desse roteiro interessante, Christian Gudegast, que também é diretor no projeto, parece ter deixado seu elenco à vontade para criar os personagens, e o resultado é um pouco inexpressivo. Butler e Jackson Jr. apresentam um Nick e um Donnie meio entediados, talvez até pela constância do esforço de ficar sendo duas caras o tempo todo – e, assim, seus personagens têm aquele ar canastrão de quem não tem medo de nada, especialmente Nick, que ainda imprime uma superioridade entediada por ser policial.
Aparte a história que dá muitas curvas como se subisse uma colina cujo fim não se antevê, ‘Covil de Ladrões 2’ entrega um entretenimento mediano mesmo para os fãs do gênero de ação, mas ainda deixa em cima da mesa uma possibilidade de sequência que, esta sim, promete ser interessante. Para quem curte o gênero, é a opção nos cinemas para ver uma boa dupla em ação entregando exatamente aquilo que se espera de um filme de ação: adrenalina e situações impossíveis em um belo cenário.
