Depois que Lara Jean (Lana Condor), achou seu final feliz com Peter Kavinsky (Noah Centíneo), os fãs da escritora Jenny Han ficaram sedentos por mais histórias envolvendo esses personagens carismáticos. Mesmo após três filmes muito bons adaptados pela Netflix, o sucesso é tão grande que a escritora, junto com a produtora, decidiu criar toda uma vertente nova, dessa vez focada na irmã mais jovem, Kitty, e sua própria aventura juvenil. Para tal, a autora Jenny Han criou um núcleo todo novo, direto para o audiovisual, através da série de romance teen ‘Com Carinho, Kitty’, cuja segunda temporada chegou recentemente na plataforma de streaming.
Um novo ano tem início na KISS, mas, apesar disso, os problemas sentimentais do ano anterior de Kitty (Anna Cathcart) permanecem. Após Min Ho (Sang Heon Lee) se declarar para ela no avião, Kitty não sabe como encarar o amigo no novo ano, enquanto ainda tem que lidar com seus próprios sentimentos confusos com relação à sua melhor amiga, Yuri (Gia Kim). Ao perceber que irá dividir o dormitório com Yuri e Julianna (Regan Aliyah), que estão namorando, Kitty fica completamente perdida, principalmente porque uma nova integrante no dormitório, Stella (Audrey Huynh), age de maneira muito suspeita e seu melhor amigo, Q (Anthony Keyvan) parece mais preocupado com seu próprio relacionamento com Jin (Joshua Hyunho Lee).
Dividido em oito episódios curtinhos com menos de meia hora cada, a segunda temporada de ‘Com Carinho, Kitty’ repete o formato anterior e não melhora o seu desenvolvimento. Talvez por o roteiro ser escrito a tantas mãos, a história vai para todos os lados e fica mais perdida que a própria protagonista. Mesmo em se tratando de uma obra seriada, em que em teoria se tem mais tempo de tela para desenvolver personagens e situações, isso não ocorre em ‘Com Carinho, Kitty’, pelo contrário, a sensação é que o roteiro e a protagonista ficam o tempo todo desfazendo os passos um do outro. Ou seja, se Kitty avança pelo caminho do meio no episódio 3, o episódio 4 é todo dedicado a fazer ela voltar a estaca zero para terminar pegando o caminho da direita, e tudo para, depois, voltar ao início para pegar a trilha da esquerda.
Se por um lado poderíamos enxergar esse comportamento como algo comum da juventude, que quer explorar o mundo e viver experiências, a real é que tudo fica muito solto, muito gratuito no enredo. Kitty se apaixona literalmente por qualquer pessoa que passe na frente dela, e quando a pessoa começa a demonstrar o mesmo, ela vai lá e vira para o lado, subitamente interessada em outra que sempre esteve lá. Ou seja, a segunda temporada termina tal qual a primeira. Há, ao menos, participações especiais mais interessantes dessa vez, com cenas da irmã Margot (Janel Parrish) e do queridinho Kavinsky, que surge na trama tão do nada, que não dá nem para a gente curtir sua aparição, tão gratuita que é.
É uma pena que a nova temporada de ‘Com Carinho, Kitty’ não tenha amadurecido nem um pouco e tenha voltado com uma proposta tão vazia quando a cabecinha da protagonista. Tomara que, para uma próxima, os personagens amadureçam seus corações e os roteiristas entreguem situações mais emocionantes para dar sentido à série.