‘Emilia Pérez‘ chegou ao Globo de Ouro com o maior número de indicações e, levou os prêmios de Melhor Filme Musical ou de Comédia e Melhor Filme em Língua Não Inglesa.
Zoe Saldaña, atriz americana de origem dominicana, ganhou o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante por sua atuação como uma advogada que concorda em ajudar um traficante mexicano a passar por uma operação de redesignação sexual, para que ele inicie uma nova vida como mulher.
Mas não demorou muito para que as pessoas enxergassem várias problemáticas na produção. O filme francês retrata o México e os mexicanos de formas bem estereotipadas.
O filme mostra o narcotráfico mexicano através do olhar do diretor francês Jacques Audiard, que revelou que contratou atrizes americanas para estrelar a produção por que não encontraram atrizes mexicanas talentosas. VRÁ. O palco já estava armado.
No México, país em que a trama se passa, é onde o filme tem recebido as críticas mais negativas. E, curiosamente, é o último país onde o filme será oficialmente lançado, tanto nos cinemas quanto nas plataformas de streaming, como já aconteceu no resto do mundo.
“Ironicamente, o país sobre o qual o filme fala será o último a recebê-lo”, comentou a crítica de cinema mexicana Gaby Meza, em entrevista à BBC News Mundo.
Entre as críticas, uma das mais comentadas no México foi a do ator e produtor mexicano Eugenio Derbez, que apontou que os diálogos entre os personagens soam estranhos para o público mexicano.
Segundo o site World of Reel, o diretor Jacques Audiard pediu desculpas por possíveis ofensas ao povo mexicano.
“Se há coisas que parecem escandalosas para você em Emilia, peço desculpas. O que eu gostaria de dizer é que não estou tentando fornecer respostas. O cinema não fornece respostas; o cinema apenas faz perguntas. E talvez as perguntas feitas em Emilia estejam erradas. Talvez eu simplesmente as tenha achado interessantes. Eu não queria, e não quero ser pretensioso”, afirmou o diretor.
Vale lembrar que Audiard afirmou, diversas vezes, que não tinha a intenção de explorar a cultura mexicana no filme, que foi, na verdade, filmado na França. Para ele, o México no filme é apenas um pano de fundo para sua história.
A problemática de um filme abordar um assunto tão delicado no México através da vista de um diretor Francês em um elenco recheado de atrizes americanas pesou bastante.
Vencedor nas categorias “Melhor Filme de Língua Não Inglesa”, “Melhor Filme Musical ou de Comédia”, “Canção Original” e “Atriz Coadjuvante” (Zoe Saldaña), o longa chegará aos cinemas brasileiros em 06 de fevereiro, com distribuição da Paris Filmes.
Mas será que ele terá tanto poder no Oscar?
As fortes críticas a Emília Perez por mostrar o México através do olhar de um diretor Francês e estrelado por atrizes americanas pode influenciar os votantes da Academia e diminuir as chances do filme no Oscar… pic.twitter.com/WuG2HKI1W9
— CinePOP (@cinepop) January 11, 2025
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O longa acompanha Rita (Saldãna), uma advogada de um grande escritório que está mais interessada em libertar os criminosos do que em levá-los à justiça. Certo dia, ela recebe uma inesperada proposta: o líder do cartel, Manitas (Karla Sofía Gascón), a contrata para ajudá-lo a se retirar de seu negócio e realizar um plano que vem preparando secretamente há anos: tornar-se a mulher que ele sempre sonhou ser. A trama é livremente adaptada do romance ‘‘Ecoute’’ de Boris Razon. O elenco ainda conta com Selena Gomez, Adriana Paz e Edgar Ramírez.
O filme é dirigido por Jacques Audiard, conhecido por ‘O Profeta’, com roteiro também de Jacques Audiard (‘Paris, 13º Distrito’).