Quase cem anos depois de sua inauguração, o Oscar permanece como a maior premiação da sétima arte – celebrando e visando condecorar o melhor do cinema.
É claro que, assim como qualquer outra instância artística, é notável como a Academia de Ciências e Artes Cinematográficas por vezes se deixa levar por fortes campanhas financeiras e é engolfada no costumeiro lobby – dando as estatuetas a títulos controversos ou que, de fato, não mereciam levá-las para casa. Porém, é inegável que boa parte das escolhas dos membros é certeira, ainda mais considerando o legado deixado por inúmeras incursões fílmicas.
Pensando nisso – e aproveitando que a próxima edição do Oscar se aproxima de nós -, preparamos uma breve lista elencando os dez melhores vencedores da premiação na maior categoria da cerimônia: a de Melhor Filme.
Veja abaixo as nossas escolhas e conte para nós qual o seu favorito:
10. A MALVADA (1950)
Pouco antes de ser rodado, Bette Davis disse com total certeza de que o roteiro de ‘A Malvada’ foi o melhor que havia lido em toda sua carreira – e sua determinação em estrelar como a perigosa e impiedosa Margo Channing era admirável, ainda mais considerando sua decadência cinematográfica na década anterior. Aqui, sua personagem entrou em um mágico atrito com a aspirante a atriz Eve Harrington, uma jovem que se infiltrou no mundo do show biz através de Margo – apenas usando sua influência para depois descartá-la.
9. MOONLIGHT: SOB A LUZ DO LUAR (2016)
Há quase uma década, um dos filmes mais aclamados do século XXI, ‘Moonlight: Sob a Luz do Luar’, era exibido pela primeira vez no Festival de Telluride e ganhava aplausos e densos elogios da crítica especializada. Estrelado por nomes como Trevante Rhodes, André Holland e Mahershala Ali, a produção foi escrita e dirigida por Barry Jenkins e funciona como uma espécie de semi-biografia de Tarell Alvin McCraney. A história é centrada no jovem Chiron e nas três fases de sua vida (infância, adolescência e idade adulta), explorando temas como sexualidade, identidade, abuso doméstico e traumas.
8. CHICAGO (2002)
‘Chicago’ se tornou o primeiro musical em quase quatro décadas a levar o maior prêmio do Oscar para casa – e não apenas se tornou o título mais premiado daquele ano, como ajudou a reavivar o interesse do público em produções do gênero, alcançando um sucesso crítico e comercial estrondoso. Contando com performances memoráveis de Renée Zellweger, Catherine Zeta-Jones, Queen Latifah e Richard Gere, a trama é inspirada na peça homônima da Broadway e nos leva para os anos 1920, acompanhando duas mulheres encarceradas cujo maior sonho é o estrelato.
7. LAWRENCE DA ARÁBIA (1962)
Mais de sessenta anos depois de seu lançamento oficial nos cinemas, ‘Lawrence da Arábia’ permanece como um dos maiores milagres da sétima arte, emergindo como um épico dramático que inspirou inúmeros cineastas – incluindo George Lucas, Martin Scorsese, Stanley Kubrick e Denis Villeneuve, que adotaram diversos aspectos utilizados por David Lean para compor suas próprias obras-primas visuais. A trama acompanha o oficial britânico T.E. Lawrence, que é enviado à Arábia para encontrar o príncipe Faisal e servir de ligação entre árabes e ingleses na luta contra os turcos. Com a ajuda do nativo xerife Ali, Lawrence se rebela contra as ordens de seus superiores e enfrenta uma jornada através do deserto para atacar um porto turco bem protegido.
6. A LISTA DE SCHINDLER (1993)
Considerado por muitos como a obra-prima dramática de Steven Spielberg, ‘A Lista de Schindler’ apresenta uma perspectiva nova e bastante visceral sobre o Holocausto da II Guerra Mundial. Estrelado por Liam Neeson, a trama acompanha o alemão Oskar Schindler, que viu na mão de obra judia uma solução barata e viável para lucrar com negócios durante a guerra. Com sua forte influência dentro do partido nazista, foi fácil conseguir as autorizações e abrir uma fábrica. O que poderia parecer uma atitude de um homem não muito bondoso, transformou-se em um dos maiores casos de amor à vida da história, pois este alemão abdicou de toda sua fortuna para salvar a vida de mais de mil judeus em plena luta contra o extermínio alemão.
5. O SENHOR DOS ANÉIS: O RETORNO DO REI (2003)
Depois de dois filmes impecáveis, ‘O Senhor dos Anéis’ chegou ao fim com um terceiro capítulo épico, emocionante e que honrou a memória de J.R.R. Tolkien da melhor maneira possível. ‘O Retorno do Rei’ não só emocionou o público e levou de forma merecida para casa onze estatuetas do Oscar, como também insurgiu como a obra-prima da carreira de Peter Jackson – e não é por menos; em meio aos seus mais de 240 minutos de exposição cênica, ele nos apresenta a cada um dos aspectos que transformou a Terra-Média em um dos cosmos mais apaixonantes de todos os tempos, fazendo questão de fornecer a cada um dos vários personagens o seu momento de glória, sua complexa construção arquetípica e sua significação além do que poderíamos imaginar.
4. CASABLANCA (1942)
Com ‘Casablanca’, o diretor Michael Curtis ousou sair do lugar-comum e afastar-se das investidas fílmicas propagandísticas que visavam criar um panorama otimista em meados da II Guerra Mundial. No longa-metragem, a narrativa toma um rumo inesperado ao insurgir como crítica sociopolítica, visando até mesmo ao debate, mesmo que não tão profundo, do que realmente estava acontecendo em territórios de “terceiro mundo”. E, ao trazer em primeiro plano a história de amor proibida e inviável entre Rick (Humphrey Bogart) e Ilsa (Ingrid Bergman), toda a atmosfera da obra torna-se envolvente do começo ao fim.
3. SEM NOVIDADE NO FRONT (1930)
Há quase cem anos, Lewis Milestone trazia às telonas um ambicioso projeto que tinha como principal ideia escapar das propagandas bélicas que dominavam a Europa em meados dos anos 1930. Encabeçando ‘Sem Novidade no Front’, o cineasta entregou-se de corpo e alma a um filme antiguerra que expôs os horrores do conflito armado e que causou alvoroço nos defensores de tais embates. A trama acompanha grupo de estudantes alemães que é convencido por um professor excessivamente nacionalista a se alistar no Exército durante a Primeira Guerra Mundial. Porém, ao chegarem no campo de batalha, a visão romantizada que tinham é colocada em xeque em meio a tantas mortes e mutilações.
2. O PODEROSO CHEFÃO: PARTE II (1974)
Dois anos depois do legado deixado por ‘O Poderoso Chefão’, Francis Ford Coppola se viu respaldado por uma liberdade criativa bem maior com os executivos da Paramount Pictures para o desenvolvimento de uma inesperada sequência. Com o nascimento de ‘O Poderoso Chefão: Parte II’, o público e a crítica se depararam com mais uma obra-prima cinematográfica que rivalizou com o capítulo predecessor e que, da mesma maneira, sagrou-se como uma das produções mais influentes da história do cinema.
1. O PODEROSO CHEFÃO (1972)
‘O Poderoso Chefão’, primeiro capítulo da trilogia de Coppola, funciona como um épico criminal que conta a história da família Corleone sob o patriarcado Vito Corleone (Marlon Brando), focando essencialmente na tranformação do filho mais novo, Michael (Al Pacino), de relutante forasteiro em um impiedoso chefe da máfia. Contando com um elenco estelar, que também incluiu James Caan, Richard Castellano, Robert Duvall, Sterling Hayden, John Marley, Diane Keaton e Richard Conte, o filme se tornou um sucesso de crítica e de público e ditou as regras do gênero gângster.